Câncer: como viver com a doença
O apoio da família e dos amigos é fundamental para dar mais qualidade de vida a quem sofre com o câncer. Saiba o que fazer para ajudar as vítimas da doença
“Sinto uma felicidade imensa dentro de
mim e uma vontade de viver que há muito
não sentia”, revela Mara Manzan
Foto: Juliana Coutinho
Ele pode surgir de fininho, no dia em que seu filho reclamou de uma dorzinha, quando seu marido se sentiu indisposto ou sua mãe apareceu abatida. Ao investigar o problema, um dia recebe a notícia assustadora: é câncer. Foi-se o tempo em que a doença era uma sentença de morte. Com os avanços da medicina, hoje cerca de 60% dos casos podem ser curados quando diagnosticados na fase inicial.
Com um diagnóstico precoce, mulheres com tumor nas mamas têm 90% de chance de cura, índice que chega a quase 100% entre homens com câncer de próstata. Há 30 anos, a leucemia infantil era praticamente sinônimo de morte. Hoje, 80% dos casos são curados. Mesmo quando se trata de um câncer altamente curável, o medo de morrer é muito grande. Por isso, é importante que o paciente fale sobre o que está realmente está sentindo, sugere Ruy Fernando Barboza, psico-oncologista (psicólogo que lida com pacientes com câncer).
Segundo Ruy, é comum os médicos ou familiares falarem ao doente para ele ser forte e pensar positivo. Se o paciente de fato se sentir otimista, como é o caso da atriz Mara Manzan, ótimo. Mas não ajuda pedir esperança se ele se sentir desesperado. As pessoas precisam aprender a acolher os sentimentos mais desagradáveis como raiva, revolta, tristeza e rancor. E ouvir sem ficar julgando o paciente, ensina o psicólogo. Acredite: seu carinho e sua dedicação são armas fundamentais na guerra contra o câncer.