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Bruxismo: saiba se você tem esse problema que atinge 40% dos brasileiros

Difícil de ser detectado, o distúrbio pode ter consequência graves para os dentes e músculos faciais se for identificado tarde demais.

Por Nathalia Giannetti
Atualizado em 18 abr 2024, 15h31 - Publicado em 10 Maio 2019, 15h52

Se você costuma acordar com dores no rosto (principalmente na mandíbula) e dor de cabeça, ou se durante o dia você percebe que anda apertando demais os dentes, pode ser que não seja apenas um momento de estresse. Você pode ter bruxismo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% da população mundial sofre de bruxismo e 40% dos brasileiros é atingido pelo distúrbio. O problema é caracterizado pelo ato de ranger ou apertar os dentes. Isso pode acontecer durante o sono, com o chamado bruxismo de sono, ou ao longo do dia, sendo esse o bruxismo de vigília.

No primeiro caso, a disfunção se manifesta de maneira bastante intensa e com pouca frequência, cerca de 10 minutos em uma noite de 8 horas, por exemplo. Já o bruxismo de vigília é mais suave, porém muito frequente, pois pode durar horas.

O problema pode levar ao desgaste e até mesmo o amolecimento dos dentes e provocar distúrbios mais sérios como ósseos e de articulação da mandíbula (ATM).

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Por que tenho bruxismo?

Apesar de não haver uma causa comprovada cientificamente, em geral, o distúrbio é bastante associado a quadros de estresse, que podem ser desencadeados por várias ocorrências cotidianas, como o excesso de trabalho e problemas familiares.

“Nessas situações, o nervosismo e a ansiedade acabam desencadeando problemas posturais e articulares”, conta o Dr. Fernando Reis, atuante na área de Dentística Restauradora.  

Além das alterações emocionais, a ingestão de medicações antidepressivas e o diagnóstico de outros distúrbios, como a doença de Parkinson e síndrome de Down, também podem ter relação com o comportamento.

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Uma das teorias mais aceitas sobre o motivo disso acontecer liga o problema a um desequilíbrio neurológico. Inibidores seletivo do neurotransmissor serotonina em excesso podem exacerbar o bruxismo e a possibilidade da ação da hereditariedade também não pode ser descartada.

O uso de drogas é outro fator capaz de influenciar o quadro, uma vez que os químicos atuam no sistema nervoso. Estudos apontam que substâncias como a anfetamina aumentam o bruxismo diurno em 64% e em 47% o do sono.

Entre os fumantes, também é muito mais fácil encontrar bruxistas, mas ainda não se sabe se isso tem a ver com a nicotina ou simplesmente com o estresse.

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O que o bruxismo provoca?

No caso do bruxismo de sono, a longo prazo, pode haver desgaste e fraturas nas estruturas dentárias. Mas o verdadeiro vilão é o que acontece ao longo do dia.

Devido a sua alta frequência, o bruxismo de vigília pode ter resultar em vários outras complicações:

  • Dor facial
  • Dores de cabeça, principalmente na região temporal, devido a hiperatividade do músculo da têmpora
  • Enxaqueca crônica
  • Músculos da face cansados, doloridos ou, até mesmo hipertrofiados
  • Zumbido no ouvido
  • Dores no pescoço, nuca e parte alta das costas
  • Dores e distúrbios na articulação temporo mandibular (ATM), localizada em frente às orelhas, o que dificulta funções como abrir, fechar a boca e mastigação
  • DTM (disfunção temporo mandibular), que compromete seriamente toda a musculatura e postura corporal do paciente
  • Destruição do osso circunvizinho e o tecido que envolve a gengiva.

Diagnóstico

O mais comum é o diagnostico clínico. “Nele é avaliado o histórico do paciente, estilo de vida, músculos da mastigação, dores, grau de desgaste dentário e estalos na ATM”, conta o especialista na área de restauração dentária. 

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Entretanto, recentemente, a fim de obter um diagnóstico mais preciso, é utilizado, para identificar o bruxismo de vigília, o exame de eletromiografia, no qual eletrodos captam a atividade anormal dos músculos da face. Já nos casos do bruxismo de sono, a polissonografia é ideal, pois são analisadas as atividades respiratória, cerebral e muscular durante o sono. 

Bruxismo tem cura?

Como ainda não foi descoberta a causa exata do distúrbio, também não foi possível encontra a sua cura definitiva.

Ele deve ser controlado durante toda vida, com acompanhamento médico em várias especialidade, como fisioterapia, psicologia e odontologia, de maneira a mudar os hábitos do paciente e controlar as sequelas.

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Como tratar

Em relação ao bruxismo do sono, os impactos podem ser resolvidos com o uso de um aparelho, uma placa interoclusal de silicone ou acrílico, moldada na boca do paciente, que impede o atrito entre os dentes durante à noite. O próprio dentista pode fazer em seu consultório ou encomendar para você.

“Reduzir ou acabar com a dor e evitar danos permanentes nos dentes são os objetivos do tratamento”, diz o Dr. Fernando Reis. E para que essa meta seja cumprida, é necessário, em primeiro lugar, cuidar do estresse. Você deve procurar maneiras de controlar a ansiedade e o nervosismo, seja com terapia ou atividades relaxantes, como ouvir música e praticar exercícios físicos.

É recomendado também evitar o consumo de cafeína, álcool e drogas alucinógenas, além de prestar bastante atenção em medicamentos com efeito antidepressivo.

Existem ainda casos que precisam de procedimentos ortodônticos (coroas ou restaurações) como parte do tratamento.

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