Aprovada a Lei Angelina Jolie: medida autoriza teste genético gratuito para prevenir câncer de mama
A proposta oferece o exame gratuitamente às mulheres com histórico na família
Foi publicada nesta quarta feira (26) a lei Angelina Jolie, que autoriza o estado do Rio de Janeiro a assinar um convênio para oferecer exames de sequenciamento genético em mulheres com histórico de câncer de ovário ou de mama na família.
Como é o teste?
O teste observa se há uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, considerados “protetores” desse tipo da doença. Uma mudança nesses códigos pode facilitar o desenvolvimento do problema.
“Os exames são realizados por sangue e permitem melhorar o rastreamento do risco de câncer. Quando a predisposição ao câncer é comprovada, é possível acompanhar por ressonância magnética”, afirma o Dr. Fabio Laginha, ginecologista e mastologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho.
De acordo com a proposta da deputada estadual Marcia Jeovani (PR), o teste deverá ser solicitado por um oncologista, mastologista ou geneticista; mas ressalta que a lei não busca incentivar a mastectomia. Além disso, a paciente também deve ter até 40 anos e apresentar um laudo que comprove o histórico de câncer de mama na família – a doença deve ter sido diagnosticada em pelo menos dois parentes de primeiro grau ou três de segundo grau.
O exame custa cerca de 6.700 reais, se feito pela rede particular, e passaria a ser realizado sem custos através do SUS (Sistema único de Saúde). Entretanto, ainda não há previsão para o procedimento ser liberado.
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O caso Angelina Jolie
A atriz norte-americana Angelina Jolie realizou o exame e, por meio dele, descobriu uma mutação hereditária do gene BRCA1. Essa alteração aumenta em 85% o risco de uma mulher desenvolver o câncer de mama e em 60% de ovário.
A mãe da estrela faleceu em 2007 após esse diagnóstico. Angelina relatou o medo de não ver os filhos crescerem caso viesse a também desenvolver o quadro e optou por realizar uma mastectomia preventiva. Na ocasião, ela também removeu os ovários e as trompas de Falópio.
“Passei pelo que, imagino, milhares de outras mulheres já passaram. Disse a mim mesma para ficar calma e ser forte que eu não tinha razão para pensar que não viveria para ver minhas crianças crescerem e para conhecer meus netos”, desabafou. “A decisão de fazer mastectomia não foi fácil. Mas estou feliz de tê-la tomado”, afirma Angelina Jolie.
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O câncer de mama no Brasil e no mundo
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), no Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas justamente pela descoberta tardia do problema. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%. Esse tipo de tumor é relativamente raro antes dos 35 anos, mas sua incidência cresce rápida e progressivamente acima dessa faixa etária.
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