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Após perder a mãe para o câncer de mama, ela recebeu o mesmo diagnóstico

Depois de cuidar da mãe com câncer de mama, Andréa Sanches recebeu o mesmo diagnóstico. O desfecho da sua história, porém, foi diferente

Por Adriana Marruffo
Atualizado em 10 Maio 2024, 18h22 - Publicado em 10 Maio 2024, 12h00
Andréa Sanches - histórias do câncer de mama
A história de Andréa Sanches e sua jornada desde o câncer de mama (Divulgação. Colagem: Jessica Hradec/CLAUDIA)
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“Burguesinha, burguesinha, burguesinha / Vai no cabelereiro / No esteticista / Malha o dia inteiro / Pinta de artista”. Se perguntada como imaginava que seria sua vida de aposentada, Andréa Sanches (@andreagsanches), de 53 anos, citaria a letra da música de Seu Jorge. Professora da rede municipal de Santos por mais de 30 anos, seus planos para o futuro incluíam descansar e cuidar de si. 

Em 2020, porém, a expectativa de sombra e água fresca não se concretizou. Ela estava cuidando da mãe, que tinha câncer de mama e passava pelo processo de radioterapia, quando chegou a notícia: “Descobrimos que minha mãe estava com metástase. Ela faleceu em maio de 2020. Logo em cima, veio aquela pandemia louca. Ainda assim, eu trabalhava online para me aposentar no fim do ano”, relembra.

Quando parecia que sua relação com o câncer tinha ficado para trás, a professora marcou seus próprios exames de rotina. Assim que o médico do laboratório olhou para as imagens, ele sabia que havia algo fora do comum — fora do que qualquer um desejava. 

“Passei com a mesma médica da minha mãe e ela ficou mais arrasada do que eu jamais tinha visto. Foi assim que fui diagnosticada com um câncer de mama em fase inicial. A primeira coisa que fiz foi pensar no que tinha acontecido com a minha mãe”, conta a professora.

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De cara limpa

Quando chegou a hora de escolher um mastologista, não hesitou em ir para o mesmo que tratou sua mãe: “Ele me garantiu que o câncer não era igual ao dela e, inclusive, chegou a dizer que era apenas uma ‘bostinha’, e que tudo se resolveria”, brinca. Para Andréa, as palavras têm poder. Após o diagnóstico, já queria correr para a cirurgia e ganhar a corrida contra o tempo, mas teve que esperar para antes descobrir a ‘carinha do seu câncer’, por meio de uma análise imunohistoquímica, que demoraria um mês para ficar pronta. Com o chamado ‘sobrenome do câncer’ em mãos — que, ela explica, fez questão de apagar da memória — Andréa marcou a cirurgia para a retirada do nódulo em dezembro. 

Em janeiro de 2021, Andréa iniciou a quimioterapia. Antes mesmo da primeira sessão, ela já havia marcado a ida a um cabeleireiro especializado em perucas naturais: não queria ninguém apontando e ficando com pena. De fato, quinze dias depois do começo do tratamento, o cabelo começou a cair aos tufos. Assim, resolveu raspar tudo de uma vez e partir para a peruca. Mas, mais uma vez, as coisas não saíram como o planejado. No calor de janeiro de Santos, a peruca esquentava demais a cabeça: “Nesse mesmo dia, à noite, olhei para a minha família – meu marido e dois filhos – e disse que não aguentaria ficar de peruca. Arranquei-a e falei ‘chega’! Foi um momento de libertação”, lembra. 

As oito sessões de quimioterapia passaram rapidamente, e foram seguidas por 18 de radioterapia. “Nesse meio-tempo, finalmente me aposentei”, conta, entre risadas. “Eu poderia cuidar de mim.” À época, a maior “terapia” da professora era seu ateliê de artesanatos e manualidades — hoje, ela tem sua própria loja. 

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Canoa e corrida

Com o fim das sessões, descobriu também uma nova paixão: a canoa havaiana, que a ajudaria na retomada da movimentação. “Eu comecei a fazer canoa em um grupo feito apenas por mulheres que tiveram câncer de mama. No começo eu nem achava que isso seria possível, imagina? Mas frequentei as aulas, participamos de campeonatos, e me apaixonei. Era uma oportunidade de ouvir novas histórias, não apenas de câncer, mas de vida. Nós não somos coitadas.” 

Andréa não parou por aí e, em 2022, entrou também em um grupo de corrida. “Minha primeira prova aconteceu no dia 3 de dezembro de 2023, exatamente dois anos após a cirurgia. Foi um momento de celebração, não apenas pela corrida, mas porque eu verdadeiramente tinha vencido a corrida contra o câncer”, relembra, emocionada. 

Hoje em dia, faz dois anos que Andréa não toma nenhum remédio. “Depois de tantas vivências, estou finalmente retomando tudo aquilo que eu tinha planejado para a minha aposentadoria. Eu cuido de mim e dou mais valor a tudo. O câncer me ensinou a ser mais leve”, reflete, com gratidão. Enfim, Andréa chegou à tão sonhada vida de burguesinha.

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