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Alimentos viciam? Especialistas explicam o que há de verdade neste assunto

Spoiler: apenas UMA substância é comprovadamente viciante. Saiba qual é.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 05h46 - Publicado em 8 nov 2018, 08h00

Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que jure que não consegue passar um dia sem comer um quadradinho de chocolate (ou talvez esta pessoa seja você). Outra que garanta que precisa de um copo de refrigerante por dia para não surtar. E muitas que dependem do seu café de cada manhã e de cada tarde para enfrentar as tarefas do dia a dia com disposição.

Se perguntarmos para elas qual é a relação com esses alimentos, pode ter certeza de que a resposta será algo próximo de “sou viciada!”. Pois trazemos fatos científicos: só quem fala que tem vício em café está correto. Os outros alimentos não viciam: eles são parte de um processo de recompensa do cérebro, o que é bem diferente.

Mas vamos por partes. Primeiro, vamos entender como é essa história de o café viciar.

Efeitos da cafeína no cérebro

Estudos variados realizados desde os anos 1960 comprovam os efeitos da cafeína no cérebro que levam ao vício. O lance é que ela mexe com neurotransmissores.

Ao chegar ao cérebro pela corrente sanguínea – isso leva no máximo 20 minutos depois do primeiro gole –, a cafeína bloqueia a adenosina, neurotransmissor que faz com que nos sintamos cansados ao longo do dia. Em seguida, ela aumenta os níveis de adrenalina, dopamina e norepinefrina, neurotransmissores estimulantes que nos deixam espertinhas e focadas.

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O cérebro se acostuma com essas sensações e, depois de alguns dias de consumo diário de cafeína, começa a “pedir” essa dose de despertador natural – daí o vício.

Para acabar com o vício é preciso passar por um detox e diminuir gradativamente a quantidade de cafeína do dia a dia.

E tem mais: não é só o café que possui alta concentração de cafeína: o chá preto e o chimarrão também são fontes dessa substância altamente viciante.

Então doce não vicia?

Não, doce não vicia. Nem em formato de bolo ou chocolate nem em formato de refrigerante. Não existe nenhum indício científico de que os açúcares afetem o cérebro e seus neurotransmissores.

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O que esses alimentos e bebidas fazem é ativar uma região de recompensa do cérebro, o núcleo accumbens, que reage tanto a uma boa comfort food quanto a uma bela paisagem. A ingestão diária de chocolate, refrigerante, um cupcake da tarde e coisas desse tipo é uma compulsão alimentar, faz parte do chamado comer emocional.

Nele, uma sensação de bem estar toma conta da pessoa a cada mordida ou a cada gole, mas porque o cérebro associa o que está sendo ingerido a uma boa sensação passada. É memória celular, não há nenhum elemento sendo produzido no cérebro por causa disso.

Os alimentos que mais interferem no sistema de recompensa da nossa memória são os que têm açúcares refinados, os que são processados e os ricos em sal e gordura, pois eles ficam trabalhando mais tempo no organismo até serem absorvidos. Substitui-los por alimentos integrais, que são processados rapidamente, é o suficiente para acabar com essa “dependência”.

Fontes: Denise Lellis (médica pós-graduada em nutrologia pela Abran – Associação Brasileira de Nutrologia) e Tassiane Alvarenga (médica endocrinologista e metabologista)

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