Afinal, a máscara protege mesmo contra a poluição do ar?
Popularizadas na pandemia, as máscaras podem ser aliadas contra a poluição, o tempo seco e a baixa umidade do ar
A nova onda de calor está afetando diversas cidades brasileiras, que sofrem com altas temperaturas e clima seco. O estado de São Paulo, por exemplo, teve a pior qualidade do ar entre os grandes municípios do mundo por mais de três dias seguidos, de acordo com informação dada pela plataforma suíça IQAir.
Todos esses fatores podem acarretar em graves consequências para a saúde, principalmente a respiratória. A umidade, portanto, faz-se necessária não apenas para a circulação do ar, mas também para promover uma barreira de proteção.
Impactos da poluição do ar
O contato excessivo com ambientes secos ressecam o trato respiratório. A pneumologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo, Ingrid Danielle Cardoso Carvalho, comenta: “a exposição aos poluentes traz consequências agudas e crônicas à saúde pulmonar, desde tosse, irritação na garganta, broncoespasmo e asfixia”.
A doutora também discute sobre a saúde a longo prazo, alegando que a poluição do ar compromete a função respiratória ao causar inflamação. “A exposição prolongada faz com que esse processo inflamatório se perpetue de modo a comprometer a ação das células ciliadas responsáveis pela ‘limpeza’ pulmonar. Além disso, os diversos tipos de partículas encontradas na poluição estimulam processo de fibrose e até mesmo de crescimento de células cancerígenas”, acrescenta.
Diante desses riscos, algumas pessoas voltaram a utilizar as máscaras cirúrgicas como forma de proteção, de modo a tentar reduzir o contato com as partículas de poluição e das fumaças provenientes das queimadas.
A estratégia realmente funciona?
De acordo com Ingrid, sim. “A máscara protege não só de diversos micro-organismos, como também de várias outras substâncias encontradas inclusive nas queimadas, poluição, substâncias químicas e etc.”, diz.
Além disso, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) divulgou, na última terça-feira (10), diretrizes e orientações de saúde. A recomendação é utilizar máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100 para pessoas que residem em áreas de queimada. Porém, o Ministério da Saúde alega que a proteção pode ser feita tanto por máscaras profissionais quanto por itens artesanais, como bandanas e panos.
Em outra perspectiva, a pneumologista alega que o tamanho das moléculas pode variar, e existem algumas muito pequenas em que apenas as máscaras N95 ou PPF2 conseguem filtrar as partículas. “Cabe citar ainda que o grau de poluição e a extensão da exposição também influenciam”, alega.
Indicações de cuidado
Outras medidas recomendadas pela Cetesb para minimizar os danos causados pelo tempo seco e a poluição é: evitar ficar ao ar livre em áreas de maior calor e concentração de poluentes – principalmente no horário da tarde –, aumentar a ingestão de líquidos ao longo do dia, manter as janelas e portas fechadas, realizar a lavagem das narinas e utilizar umidificador ou bacias com água em ambientes internos.
Ainda segundo o órgão, crianças menores de cinco anos, idosos e gestantes devem ter atenção redobrada, bem como pessoas com comorbidades.
Por fim, a doutora Cardoso pontua que a máscara cirúrgica protege por cerca de duas horas e deve ser trocada após esse tempo ou caso contenha alguma sujidade ou secreção. Ela também menciona que o produto não é reutilizável, e “para que a proteção seja eficaz, é necessário cobrir nariz, boca e queixo. A máscara deve ter uma alça para ajuste em torno da cabeça de modo que não permita muita fuga nas laterais”.
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