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10 perguntas respondidas sobre DIU, SIU e implante subcutâneo

Os chamados métodos contraceptivos de longa duração são alternativas boas para quem prefere algo que não precise lembrar com frequência e quer esperar para engravidar.

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 12 abr 2024, 14h52 - Publicado em 25 ago 2016, 15h39
eskymaks/Thinkstock/Getty Images (/)
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Para quem planeja a maternidade a longo prazo, os métodos contraceptivos são os principais aliados. Hoje em dia, existem muitos tipos – com ou sem hormônios -, além de se encaixarem em cada necessidade de cada mulher. Chamados de métodos de longa ação, estes são os que têm maior durabilidade quando comparado aos outros – e essa é a principal vantagem.

1. O que são esses contraceptivos?

A sigla em inglês LARCs (Long Acting Reversible Contraception), significa contracepção reversível de longa duração em português, sendo métodos anticoncepcionais que podem durar anos no corpo, sem necessidade de troca. “Eles oferecem contracepção por muito mais tempo sem exigir compromisso periódico e permitem o retorno da fertilidade depois da sua retirada, geralmente após a próxima menstruação”, afirma a ginecologista Cristina Guazzelli, professora da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).

Atualmente, existem três tipos que se encaixam nesse perfil:

  • Implante subcutâneo

“É um bastonete de 4 cm de comprimento, produzido por um material plástico especial – chamado EVA (etileno vinil acetato) – flexível e estéril. Contém em sua composição um hormônio sintético, chamado etonogestrel, que já é muito utilizado nas pílulas anticoncepcionais”, explica Cristina.

  • Dispositivo Intrauterino (DIU) e Sistema Intrauterino (SIU)

No Brasil, esse contraceptivo é inserido dentro do útero e pode ser de dois tipos: o DIU, que é feito de cobre e não tem hormônios, e o SIU, a versão com progesterona.

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2. Como são usados?

A principal diferença desses métodos é que eles não precisam ser ingeridos e/ou trocados de em períodos curtos, pois ficam dentro do corpo. “O implante é inserido no braço não dominante, embaixo da pele. Tanto o DIU de cobre quanto o SIU são colocados dentro do útero, na cavidade intrauterina. O procedimento para qualquer um dos métodos é simples, rápido e costuma ser realizado no consultório médico”, conta a ginecologista.

Atenção: este vídeo pode ser incômodo para algumas pessoas.

3. Como eles agem no corpo?

A médica explica que o implante, que contém o hormônio progesterona, libera-o gradualmente no organismo, tendo como função inibir a ovulação, garantindo, assim, a contracepção e prevenindo a gravidez. Já o os dispositivos transformam o útero em um ambiente hostil aos espermatozoides, evitando a chegada dos mesmos até as trompas – local onde ocorre a fecundação do óvulo maduro, quando há a ovulação.

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“O DIU com cobre, que é um metal tem ação espermaticida, isto é, destrói os espermatozoides, impedindo sua penetração no útero. Já o DIU com hormônio libera a progesterona no útero gradualmente. Esse hormônio altera a secreção do colo uterino impedindo e dificultando a penetração dos espermatozoides”, ensina.

4. Quanto tempo duram?

O implante tem ação por até três anos, enquanto o DIU com cobre age por até 10 anos e o SIU por até cinco anos.

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5. Qual a taxa de eficácia dos métodos?

O fato de não exigirem uma ação diária ou regular da usuária garante uma eficácia maior quando comparados com os outros contraceptivos, principalmente no chamado uso típico. “Nenhum método contraceptivo é 100% eficaz, mas as taxas de falha dos LARCs são realmente baixas, quando analisamos a eficácia dos métodos. A eficácia teórica destes métodos é muito parecida com a eficácia da vida real (uso típico)”, pontua Cristina.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o implante é o método com as menores taxas de falha (0,05% nos usos típico e perfeito), junto com o SIU (0,2%) e o DIU de cobre (0,8%).

  • DIU de cobre: uma gravidez em cada 125 mulheres que utilizaram o método durante um ano;
  • DIU com hormônio: uma gravidez em cada 500 mulheres que utilizaram o método durante um ano.
  • Implante: uma gravidez em cada 2.000 mulheres que utilizaram o método durante um ano.

Se você comparar com os outros métodos, por vezes mais conhecidos e utilizados, fica mais nítida a diferença: “A taxa de falha média no uso típico da camisinha é de 18 a 21 gravidezes por um ano em cada 100 mulheres e da pílula hormonal 9 gravidezes em cada 100 mulheres que usaram o método.”

6. Quem pode usá-los?

“A princípio, todas as mulheres que desejam podem utilizá-los. Há poucas situações em que os LARCs são contraindicados, por isso há necessidade de avaliação médica. Por não terem estrogênio, geralmente, podem ser usados por mulheres que estão amamentando ou por aquelas que tem contraindicação para o uso do estrogênio”, explica Cristina. No entanto, ela ressalta a importância de ter orientação médica, com informações sobre todos os tipos de anticoncepcionais, riscos, benefícios e avaliação de necessidades e preferências.

7. Como eles interferem na menstruação?

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A ginecologista conta que, nos métodos hormonais dos LARCs (implante e DIU com levonorgestrel), pode haver, sim, uma alteração no sangramento, que se torna irregular e tende a diminuição com o tempo.

“Após quatro até seis meses, algumas mulheres podem apresentar redução ou ficar sem sangrar, enquanto outras podem permanecer menstruando normalmente e, em alguns poucos casos, ter pequenos sangramentos prolongados (mancha na calcinha). No entanto, isso não afeta a eficácia do método ou gera qualquer risco para a saúde”, pontua.

Veja também: 7 coisas que você precisa saber sobre parar de menstruar

Reprodução/Giphy
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8. Podem afetar a fertilidade?

“O uso de qualquer um deles é reversível, ou seja, pode ser interrompido se houver o desejo pela maternidade em qualquer momento. Quando retirados, ocorre o retorno da fertilidade preexistente imediatamente ou logo após não importando por quanto tempo a pessoa utilizou o método”, reitera Cristina. Isso quer dizer que, se a paciente não tiver outros fatores clínicos que possam dificultar a gravidez, não há alteração da fertilidade, permitindo que a mulher engravide após a próxima menstruação.

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9. Dá para colocar pelo SUS?

De acordo com o ginecologista e professor da UNICAMP, Luís Bahamondes, apenas o DIU de cobre pode ser colocado pelo sistema público de saúde, em qualquer posto. Tanto implante quanto o SIU-LNG (DIU com hormônio) estão disponíveis em alguns lugares, como na própria UNICAMP, em Campinas.

10. Há risco de trombose com esses métodos?

O médico afirma que não há o mesmo risco em relação aos outros métodos hormonais, pois, mesmo o SIU, não possui o estrogênio – o grande vilão que aumenta a chance de ter trombose com o uso de anticoncepcional.

É importante lembrar que a camisinha (masculina ou feminina) é o único método que previne as doenças sexualmente transmissíveis.

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