Relâmpago: Revista em casa a partir de 10,99

Eternidade com hora marcada

Entre 'nunca mais' e 'para sempre', o amor é uma eternidade de horas incertas

Por Liana Ferraz
12 jul 2025, 16h00
o amor nem sempre é correspondido
Do que parecida ser amor para um coração partido.  (mjrodafotografia/Getty Images)
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Quanto tempo tem 24 horas?

Foi isso que você me deu. Antes. Isso foi antes, eu sei.

24 horas ou 12 horas. Você vem comigo um dia? Um dia só?

Eu não sabia o que dizer. Poderia perder um dia todo ou perder um dia só. Eu não sei quanto tempo duram nossos dias. Eu não sei. 

Disse sim e ganhei algumas horas e eu ri tanto e contei tanto e fui tanto tanto que precisei depois me organizar com as outras tantas horas, tantos dias, tantos beijos-não. Eu disse sim e perdi muitos dias depois querendo saber se teríamos mais 12 ou 24 ou 2 horas.

Nunca mais, então, eu disse. E esse nunca mais durou um mês. Foi aparecer de novo alguma ponta de vontade e eu virei um para sempre.

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Para sempre, então, eu disse. E esse para sempre durou 3 dias.

Se viesse de você qualquer uma dessas pontas, para sempre ou nunca mais, estaria agora numa rodoviária qualquer vestindo uma peruca loira e óculos escuros, tipo noiva em fuga ou algum desses filmes em que se foge muito e com muita pressa. Não suporto para sempre. Não aguento nunca mais. Isso tudo porque não suporto mentira. Quanta mentira no sempre. Quanta mentira no nunca.

Acontece que finjo bem. E quero fazer caber um para sempre dentro da hora em que passamos. Pode ser? Eu me abro fácil em eternidades com hora marcada. É assim que funcionam meus ciclos. Sou feliz assim. A não ser quando sou triste. Porque também enfio nunca mais em dois dias de saudades. Eu queria que você se lembrasse de que sou poeta.

E que é material de trabalho esse balanço, essa gangorra. Você que tanto sabe do balanço e das ondas, consegue ver que faço isso comigo? Que sou meu próprio mar? Eu surfo em mim, navego no que sonho, afogo e ressuscito nas invenções de tudo o que segue o relógio das marés ou das palavras.

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Consegue ver?

E se a gente tentar ser meio relógio, meio bússola? Meio mar e meio navio? Meio palavra e meio corpo? Só por enquanto. Esse enquanto, para sempre. Esse enquanto, nunca mais.

(aproximo agora meu rosto do seu peito e durmo todas as perguntas).

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