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Violência política: país tem 2 casos por dia nas eleições 2022

Só neste ano, já foram registrados ao menos cinco homicídios com suspeita de violência política

Por Naiara Taborda
Atualizado em 11 out 2022, 10h11 - Publicado em 11 out 2022, 10h06
violência política de gênero
Segundo pesquisa do Instituto Alziras (2018), 53% das prefeitas afirmam ter sofrido assédio ou violência política por serem mulheres. (jacoblund/Getty Images)
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Um clima crescente de violência política marcou os dois meses que antecederam as eleições 2022 no país. Se você notou um aumento nas notícias, saiba que não foi apenas impressão: segundo um estudo divulgado na segunda-feira (10), realizado pelas ONGs Justiça Global e Terra dos Direitos, foram 121 ataques, uma média de 2 casos por dia.

O estudo analisou o período entre 2 de setembro de 2020 e 2 de outubro de 2022, mapeando 523 caos de violência política, que envolveram 482 vítimas entre candidatos, pré-candidatos e agentes políticos.

Foram 54 assassinatos, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões, 104 ofensas, 6 casos de criminalização e 5 de invasão. Apenas no período eleitoral (entre 1 de agosto e 2 de outubro deste ano), 121 casos de violência política foram registrados contra agentes políticos. O período analisado na segunda edição do estudo também aponta que a cada 5 dias ocorre 1 assassinato ou atentado à vida por violência política e eleitoral no Brasil. São Paulo contabiliza 24 casos, o Rio de Janeiro soma 22 casos e a Bahia 20 casos.

Mortes por violência política

Só neste ano, já foram registrados ao menos cinco homicídios com suspeita de violência política. Segundo o Datafolha, 7 em cada 10 pessoas dizem ter medo de serem agredidas por conta de suas escolhas. Apesar dos crimes terem ocorrido em um intervalo de quase três meses, eles se intensificaram perto do primeiro turno: 4 dos 5 casos aconteceram nos últimos 30 dias.

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Violência política contra mulheres

Como apontou Mônica Sodré, diretora executiva da RAPS (Rede de Ação pela Sustentabilidade), em entrevista recente à Claudia (leia aqui), a violência política ainda é um dos grandes desafios para a participação das mulheres nos pleitos. E os números corroboram a afirmação: segundo pesquisa do Instituto Alziras (2018), 53% das prefeitas brasileiras afirmam ter sofrido assédio ou violência política por serem mulheres. Esse número aumenta para 91% quando se trata de mulheres com menos de 30 anos, e se estende por todos os municípios e estados, e para todas as funções que envolvam o exercício de direitos políticos (mandatos eletivos, participação em partidos e associações, militância, e manifestações políticas de modo amplo).

 

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