Só 4 mulheres foram eleitas para o Senado e 2 como governadoras
Damares Alves, Tereza Cristina, Teresa Leitão e Professora Dorinha se elegeram. Só Rio Grande do Norte e Pernambuco serão governados por mulheres
Na disputa pelo Senado, apenas quatro mulheres foram eleitas neste domingo, número inferior ao de 2018, quando sete candidatas se elegeram. Este ano, Damares Alves, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, obteve 44,98% dos votos pelo Distrito Federal. No Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), que comandou o Ministério da Agricultura, teve 60,85% dos votos e também vai ocupar uma cadeira no Senado. No Tocantins, a professora Dorinha (União Brasil) foi eleita com 50,42%. Já o PT conseguiu eleger Teresa Leitão, com 46,12% votos. Elas deverão governar por oito anos.
Neste ano, 27 vagas estavam em disputa, enquanto 54 nomes foram escolhidos em 2018. Proporcionalmente, cerca de 12,9% dos senadores eleitos há quatro anos eram mulheres, contra 14,81% em 2022. Neste momento, existem 14 mulheres no Senado, mas quatro delas terminarão o mandato em dezembro: Mailza Gomes (PP-AC), Maria do Carmo Alves (PP-SE), Nilda Gondim (MDB-PB) e Simone Tebet (MDB-MS).
Tebet concorreu à presidência, mas ficou em terceiro lugar, fora da disputa pelo segundo turno (que será entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, no dia 30 de outubro), com 4,16% dos votos.
Governos estaduais
Já nas eleições para os governos estaduais, 38 mulheres concorreram ao cargo de governadora e 94 ao cargo de vice-governadora, mas apenas Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte, saiu vencedora no primeiro turno. Ela se reelegeu com 58,31% dos votos. Em Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) disputarão o segundo turno.
Nesse cenário, o número de governadoras e 2023 será menor do que o atual, quando três mulheres administram os estados do Piauí (Regina Sousa, do PT), Ceará (Izolda Cela, sem partido) e Rio Grande do Norte. Regina e Izolda, no entanto, foram eleitas como vice-governadoras e assumiram o Executivo estadual ao longo do mandato.
Com esses resultados, mais uma vez a representação feminina na política fica muito aquém da composição social brasileira: as mulheres são 53% do eleitorado no país, mais de 82 milhões de votantes, mas ainda ocupam pouco mais de 15% nos assentos parlamentares do Congresso Nacional.