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O que muda para mulheres empreendedoras com o tarifaço?

Especialista explica como as pequenas e médias empreendedoras podem ser impactadas pelas novas sanções impostas por Donald Trump

Por Ana Luiza Bezerra
1 ago 2025, 14h00
Imagem das bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil asteadas
As novas tarifas criaram um cenário de incertezas em inúmeros países, incluindo o Brasil (Freepik/Pinterest)
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Nas últimas semanas, o Brasil tem acompanhado de perto os impactos das sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As declarações do líder norte-americano acenderam um sinal de alerta e abriram espaço para uma série de incertezas, especialmente após o anúncio do chamado “tarifaço”.

Diante desse cenário, diversos setores da economia brasileira começaram a se mobilizar para avaliar os possíveis efeitos da medida. Entre eles estão as mulheres empreendedoras, que já enfrentam inúmeros desafios no dia a dia dos negócios – e agora se deparam com mais uma potencial crise.

Para entender melhor os desdobramentos da medida e apontar caminhos possíveis para essas profissionais, conversamos com Rijarda Aristóteles, presidente executiva do Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa.

O que é o tarifaço?

Popularmente chamado de “tarifaço”, o movimento refere-se ao aumento generalizado de tarifas sobre produtos e serviços estrangeiros, com o objetivo de proteger o mercado interno dos Estados Unidos.

“Trata-se de uma medida sem precedentes na história da humanidade. É um movimento que rompe com a lógica da diplomacia comercial que vinha orientando a ordem mundial até pouco tempo atrás”, afirma Rijarda.

Segundo ela, esse tipo de ação afeta diretamente o fluxo comercial global, gerando paralisações e um clima de insegurança. “O mais cruel é justamente a imprevisibilidade. Os EUA são os principais compradores e vendedores do comércio mundial. Com tarifas sendo ameaçadas ou aplicadas de forma repentina, setores inteiros ficam sem saber como reagir. A pergunta que mais ouvi no último mês foi: ‘O que fazer agora?’”, relata.

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A preocupação não é infundada. Em 2024, os Estados Unidos correspondeu a cerca de 10% das exportações brasileiras, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O impacto atinge não apenas grandes corporações, mas principalmente as pequenas e médias empresas, que hoje somam 99% dos negócios formais no Brasil, segundo o Sebrae.

Como o tarifaço afeta mulheres empreendedoras?

Apesar da dimensão global da medida, seus efeitos recaem de forma ainda mais severa sobre pequenos negócios – especialmente os liderados por mulheres. Rijarda alerta para os impactos que vão do aumento dos custos de produção à perda de contratos e competitividade internacional.

“No Porto do Pecém, no Ceará, foi angustiante ver pequenas empreendedoras das cooperativas de mel com estoques e contêineres parados, em meio a tanta incerteza”, comenta.

Ela destaca ainda que a imposição de tarifas de até 50% sobre diversos produtos, inicialmente prevista para entrar em vigor no final de julho, assustou o setor. “Foi algo inimaginável. Felizmente, quase metade das tarifas foi suspensa, mas ainda restam muitos produtos que seguem taxados, o que compromete contratos e eleva os custos de exportação”, explica.

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Apenas em 2024, mais de 10 mil pequenas empresas lideradas por mulheres estavam envolvidas diretamente com exportações para os EUA, segundo levantamento do Observatório de Comércio Exterior. Com o tarifaço, muitas delas agora enfrentam dificuldades para manter contratos, entregar produtos ou competir com preços mais altos.

Caminhos possíveis para enfrentar a crise

Diante do novo cenário, Rijarda defende que os governos atuem com medidas emergenciais voltadas especialmente às PMEs comandadas por mulheres. “É preciso garantir apoio financeiro e linhas de crédito específicas para esse grupo, que já enfrenta tantas barreiras estruturais no mercado”, afirma.

Ela também reforça a importância de repensar as estratégias de exportação. “Uma das grandes lições do tarifaço é que não se pode concentrar todos os esforços em um único país. No Clube, incentivamos a diversificação dos mercados-alvo. Após essa crise, ficou ainda mais evidente a importância de fortalecer relações com blocos comerciais.”

Como exemplo de ação concreta, Rijarda cita o Fórum Mulheres, Mercosul e União Europeia, promovido pelo Clube com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ApexBrasil e outras instituições. O evento busca construir redes de negócios e cooperação internacional voltadas a empresas lideradas por mulheres.

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Ao fim da conversa, fica evidente: este é um momento que exige reinvenção, união e articulação. Esperar por estabilidade total para empreender e crescer não é uma opção – e pode significar ficar para trás em um mundo que exige respostas rápidas e coletivas.

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