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Juíza indicada por Trump é ligada a grupo religioso envolto em polêmicas

A comunidade People of Praise se refere às mulheres como "servas" e sua filosofia é comparada à que aparece em "The Handmaid's Tale"

Por Da Redação
2 out 2020, 15h32

Amy Coney Barrett, a indicada do presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos EUA no lugar de Ruth Bader Ginsburg, que faleceu no mês passado, está sendo associada com a comunidade religiosa cristã People of Praise (Pessoas de Louvor, em tradução livre), uma organização que até poucos anos atrás chamava as mulheres de “handmaids”, ou “servas”.

Segundo o grupo, o uso do termo “serva” é inspirado em uma passagem bíblica em que Maria é descrita como “serva de Deus”. Porém, muita gente associa isso com o livro e série The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood, que retrata uma realidade distópica onde jovens são obrigadas a parir filhos para lares de pessoas poderosas e são punidas se questionarem a supremacia masculina.

Apesar de nunca ter assumido ou negado publicamente sua filiação ao People of Praise, Amy já apareceu diversas vezes na revista Vine & Branches, publicada pela comunidade religiosa, seja falando sobre o nascimento ou a adoção dos seus sete filhos ou por sua aparição em eventos.

A People of Praise reúne mais de 1.700 pessoas em 22 cidades dos EUA, Canadá e Caribe. Segundo depoimentos de ex-membros, a comunidade é ultraconservadora e “coloca forte ênfase no ‘viril’, a ponto de ridicularizar o ‘covarde'”, além de os líderes terem controle quase absoluto sobre a vida dos membros, seja em seus relacionamentos, empregos ou até na criação dos filhos.

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Apesar de se denominarem uma organização ecumênica, quase todos os membros da People of Praise são católicos, assim como Amy. A organização também defende curas milagrosas e que seus membros falem em línguas próprias.

“Segundo um ensinamento que circula entre os líderes, mulheres são manipuladoras por natureza. Este é um dos efeitos colaterais do pecado original sobre elas. O marido sábio levará isso em consideração em seu relacionamento com a esposa, reconhecendo que muito do que ela faz não é sincero. Os superiores desencorajam os membros a se aconselharem com padres, apesar de essa ser uma comunidade católica. É como se a Igreja Católica fosse coadjuvante perto da onipresença do guia designado para cada integrante”, disse o professor universitário Adrian Reimers, ex-membro da organização, a ao New York Times.

Em 1998, Amy escreveu o artigo “Juízes Católicos em Casos de Pena de Morte”, em que afirmou que era aceitável um magistrado se recusar a condenar alguém à pena de morte se isso for contra sua fé. Anos depois, em 2017, ela foi questionada por uma senadora sobre “até que ponto sua fé católica pesaria nas decisões judiciais”. Na época, a juíza afirmou que era católica devota, mas que sabia separar as coisas.

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Para assumir o cargo na Suprema Corte, Amy deverá ser aprovada pelo Senado, o que Trump quer que aconteça antes das eleições presidenciais, em 3 de novembro. Caso isso de fato ocorra, será uma grande mudança na Corte, já que Ginsburg, antiga titular do cargo, tinha ideais progressistas e Amy é conhecida por ser muito conservadora.

O que falta para termos mais mulheres eleitas na política

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