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WhatsApp lança função de pagamento, mas é preciso atenção às fraudes

Especialistas dão dicas de como se precaver contra os golpes digitais e roubos de dados que podem ocorrer no WhatsApp Pay

Por Colaborou: Gabriela Teixeira
Atualizado em 16 jun 2020, 20h09 - Publicado em 16 jun 2020, 19h17

Uma nova funcionalidade do WhatsApp permite a realização de pagamentos e transferência de dinheiro pelo aplicativo. Lançada em primeira mão no Brasil na segunda-feira (15), o WhatsApp Pay permite até 20 transações por dia, cada uma com o limite máximo de 1000 reais. Para realizá-las, será preciso liberá-las com um PIN ou por biometria. Mensalmente, a quantia total transferida também não poderá ultrapassar 5000 reais.

Por enquanto, só quem poderá usar o serviço são usuários que possuírem cartões de crédito ou débito do Banco do Brasil, Nubank e Sicredi e estão autorizadas apenas transações feitas dentro do Brasil e em real. Todas as operações serão processadas pela Cielo. Em entrevista à EXAME, o diretor de operações do WhatsApp Matt Idema explicou que haverá a cobrança de uma pequena taxa – não especificada – para negócios que utilizarem a função. Pessoas físicas, por outro lado, poderão fazer os pagamentos de forma gratuita.

(Whatsapp/Divulgação)

Se por um lado o novo serviço cria expectativas positivas pela agilidade prometida, por outro é preciso ter um pé atrás. Todo mundo, afinal, conhece ou ao menos já ouviu falar de alguém que caiu ou passou por uma tentativa de fraude via WhatsApp. “A mais frequente é quando o fraudador toma o controle do aplicativo e passa a enviar mensagens em nome da vítima para contatos próximos pedindo uma transferência de dinheiro”, exemplifica Juliana Abrusio, advogada de Direito Digital e sócia do Opice Blum Bruno, Abrusio e Vainzof Advogados Associados, em conversa com CLAUDIA.

Questionada sobre a possibilidade do novo recurso implicar em mais golpes, ela afirma que “qualquer meio de pagamento não está imune à fraudes. Isso faz parte de todas as ferramentas, sejam analógicas ou virtuais”, diz ela. No caso do WhatsApp, Abrusio supõe que, por sua saúde financeira, houve sim uma preparação e investimento em técnicas de cibersegurança para resguardar e tonar a funcionalidade segura. “O risco não pode ser um entrave para a inovação. As empresas, principalmente na economia digital, precisam lidar com essas questões da melhor forma possível. Também não deve de forma alguma inibir que os usuários façam adesão ao recurso e se beneficiem das novas ferramentas.”

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Explicando que o consumidor desempenha um papel fundamental na segurança dos próprios dados, Naia Veneranda, cogestora do programa De Olho na Rede, dá algumas dicas de como se precaver contra golpes digitais e roubos de dados. “Primeiro não passar senhas para ninguém, em hipótese alguma. Também é importante manter o sistema operacional do aparelho, seja Android ou iOS, sempre atualizado e colocar senhas em todos os aplicativos possíveis. São coisas chatas e um pouco trabalhosas de fazer, mas que garantem segurança”, conta.

Ao baixar aplicativos, mesmo na PlayStore, ela orienta verificar comentários e reviews sobre a qualidade do produto, pois muitos podem sequestrar dados. “Também é importante redobrar os cuidados em época de promoção de vendas como Black Friday, Dia das Mães e afins, porque os golpes costumam aumentar nesses períodos”, explica. Especificamente sobre o WhatsApp Pay, é preciso ficar atento aos bancos válidos, não usar wi-fi público para fazer transações financeiras e acionar o informe de transações do banco via SMS. “Assim, você conseguirá identificar alguma eventual transação feita por outra pessoa e já tomar as medidas cabíveis” diz Veneranda. E, para qualquer situação, a medida principal é ativar o duplo fator de autenticação. “Isso já é um passo simples que já vai evitar enormes dissabores”, completa Abrusio.

Acessando as configurações da conta, é possível ativar a autenticação em duas etapas e aumentar a segurança do aplicativo. (Reprodução/Whatsapp)

Outra dica dela é que, diante de qualquer pedido de transação monetária, por mais que seja de alguém conhecido, não efetivar a transferência sem confirmar com a pessoa em questão por voz. “Essas quadrilhas trabalham com engenharia social, elas estão muito bem preparadas para fazer os melhores diálogos, fazer com que a pessoa não pense muito e caia logo no golpe. Então nunca pense que não vai cair simplesmente porque sabe que a fraude existe.” 

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Caí no golpe. E agora?

Segundo as especialistas, diante de qualquer suspeita de fraude, se deve buscar a ajuda profissional de um advogado especializado no assunto e/ou procurar uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência e reportar o crime, que se enquadra como estelionato. “O WhatsApp é apenas o modus operandi, mas o bem jurídico tutelado continua sendo o patrimônio”, esclarece Abrusio. Também é válido contatar o próprio aplicativo e a instituição bancária para orientações específicas.

A identificação dos criminosos nem sempre é fácil, conta a advogada, pois muitas vezes as quadrilhas maquiam a conexão que estão usando para não serem pegas. Além disso, como as fraudes geralmente não envolvem grandes valores, até mesmo para facilitar as transferências, muitas vezes o custo para identificar o criminoso se torna maior do que o que foi perdido. “Então isso também desestimula a vítima e ela acaba tendo que amargar o prejuízo. Por isso a melhor coisa é se precaver”, frisa.

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