Meninas são retiradas de vôo por estarem usando calças legging
Caso nos EUA levantou discussão sobre sexismo; "Desde quando a United Airlines policia as roupas das mulheres?", questionou ativista.
Uma viagem da United Airlines despertou uma discussão nas redes sociais sobre sexismo, no último domingo (26), depois que duas garotas foram proibidas de embarcar num voo da companhia aérea por vestirem leggings.
O caso foi relatado no Twitter pela ativista pelo fim do armamento nos Estados Unidos, Shannon Watts, em sua conta oficial na rede social. O caso aconteceu no Aeroporto Internacional de Denver, nos EUA.
“1) A funcionária do portão da @united não está permitindo as meninas vestidas com leggings embarcarem no voo de Dever para Minneapolis. Por que elastano não é permitido?”
“2) Ela está forçando as meninas a mudar [de roupa] ou colocar vestidos por cima das leggings – caso contrário elas não podem embarcar. Desde quando a @united policia as roupas das mulheres?”
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O relato de Shannon causou repercussão no Twitter e usuários da rede começaram a comentar o caso e questionar a conduta a United.
“Agora a @united está ditando o que as mulheres vestem em seus aviões? O que está acontecendo?”, questionou uma internauta.
“Uma garota de dez anos vestindo leggings. Ela parecia visivelmente normal e apropriada. Aparentemente, as @united está policiando a roupa de mulheres e meninas“, contou Shannon. “Isso é terrível”, comentou a atriz Patricia Arquette – uma forte militante de Hollywood pela equidade salarial entre homens e mulheres – em resposta ao relato da ativista.
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A editora do portal feminino HelloGiggles Jessica Ellis lembrou que roupas como as calças leggings, além de serem confortáveis para a viagem ajudam na circulação do sangue e evitam ocorrência de trombose na perna. “Elas são confortáveis, permitem movimentações fáceis [das pernas], o que permite trombose em voos longos.”
Respostas da United Airlines
Após a repercussão do caso nas redes sociais, a United, em um primeiro momento, respondeu aos comentários no Twitter afirmando que a ação seguia a conduta prevista no Contrato de Transporte.
“United tem o direito de recusar passageiros que não estão vestidos adequadamente, de acordo com nosso Contrato de Transporte”
Contudo, em um segundo momento, ainda no Twitter, a empresa respondeu ao comentários sobre o caso afirmando que as garotas proibidas de embarcar para Minneapolis seria passageiras da categoria “pass riders” – amigos e parentes de funcionários que são registrados e podem embarcar em qualquer vôo caso haja lugares vagos.
“As passageiras desta manhã eram United pass riders, que não estavam de acordo com nosso dress code para os beneficiários desse tipo de viagem”, publicou a companhia em sua conta oficial no Twitter.
Horas mais tarde, em nota oficial no site da empresa, a United explicou o incidente:
“Nós nos preocupamos com a maneira que somos apresentados para vocês, nossos consumidores, pois acreditamos que essa seja parte da experiência de nossos voos. Um dos benefícios de trabalhar para uma companhia aérea é que nossos funcionários têm a possibilidade de viajar pelo mundo. Ainda melhor: eles podem estender esse privilégio para um seleto número [de pessoas] que nós chamamos de “pass riders”. Esses são parentes ou amigos que também recebem o benefício gratuitamente ou recebem um desconto generoso para viagens aéreas – seja em nossa companhia ou em companhias espalhadas pelo mundo que tenham acordos mútuos para funcionários e pass riders.
Ao garantir tal benefício, todos os empregados e pass rides são considerados representantes da United. E como muitas companhias, nós temos um dress code que pedimos que nossos funcionários e pass riders sigam. As passageiras desta manhã eram da categoria pass riders e não estavam de acordo com o dress code para beneficiários desse tipo de viagem. Nós frequentemente lembramos nossos funcionários que, ao oferecer um lugar gratuito para um familiar ou amigo em um voo como um passageiro standby, eles precisam seguir as regras de nosso dress code.“