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Conheça Tatiana Weston-Webb, brasileira que irá surfar nas Olimpíadas 2024

A única brasileira na elite mundial do surfe se prepara para competir nas Olimpíadas de Paris

Por Kalel Adolfo
19 mar 2024, 09h42
Conheça Tatiana Weston-Webb, surfista brasileira que irá competir nas Olimpíadas de 2024.
Aos 27 anos, Tatiana aprendeu a ser levada pelo fluxo da vida (seja no mar ou em terra).  (Tauana Sofia/Divulgação)
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A trajetória de Tatiana Weston-Webb é, no mínimo, inusitada. Nascida em Porto Alegre, a atleta se mudou para a Ilha de Kauai, no Havaí, com apenas duas semanas de vida. Lá, teve o primeiro contato com o surfe aos 3 anos. Apesar da pouca idade, ela se lembra do momento de maneira vívida.

“Estávamos acampando na praia em que meus pais se casaram. Nesse dia, meu pai colocou boias em meus braços e me levou para o mar”. Em cima de uma prancha laranja, em meio a quedas e tentativas de se equilibrar, Tatiana se sentiu viva e presente como nunca.

“Essa é uma das coisas mais lindas sobre o surfe: você só tem aquele momento para curtir, pois aquela onda é única, nunca vai acontecer de novo. O agora é tudo o que importa nessa fração de tempo.”

De lá para cá, a esportista foi colecionando feitos notáveis: aos 13, já era campeã nacional dos EUA. Aos 16, conquistou o tetracampeonato. Em 2018, decidiu passar a competir pelo Brasil, chegando a representar o país nas Olimpíadas de Tóquio, onde foi eliminada nas oitavas de final.

Agora, aos 27, Tatiana se prepara para retornar aos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris: “Começamos a treinar em novembro. Eu nunca tive um preparo tão intenso em toda a minha vida”, declara.

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Para além do treino físico e técnico, Tatiana vem priorizando algo essencial para suportar os desafios de estar em uma competição deste calibre: a saúde mental.

“Cuidar da minha mente é uma batalha diária, especialmente nessa área. O Filipe [Toledo, bicampeão mundial de surfe] deu uma pausa momentânea em sua carreira justamente por isso. Eu o entendo, pois o surfe pode ser um mundo muito egoísta”, afirma. Ela explica que, por se tratar de um esporte solo, sem equipes, a competição pode se tornar muito solitária.

“Estamos sempre fora de casa, viajando, lutando por algo que, mesmo com mil horas de preparo, pode não dar certo.” Esse, inclusive, é um dos aprendizados que a surfista mais valoriza: “Não podemos controlar o mar”.

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Ter isso sempre em mente faz com que Tatiana encare a realidade de uma maneira toda particular, genuinamente sábia. “Quero ser a melhor surfista do mundo, é claro. Mas também quero que as pessoas entendam que estamos no comando até certo ponto. Depois, é com o universo.”

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