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Saúde e trabalho das aeromoças são prejudicados pelo uniforme

Modelo de saia impede certos movimentos em situações de emergência, por exemplo

Por Da Redação
Atualizado em 22 mar 2018, 21h00 - Publicado em 22 mar 2018, 21h00
 (DmitriMaruta/ThinkStock)
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O tradicional código de vestimenta das comissárias de bordo já virou um símbolo da profissão. Cabelo preso, saia cinturada, lenço amarrado no pescoço, sapatos de salto-alto: esses são os itens presentes no dia a dia de trabalho de todas as aeromoças do mundo. Contudo, eles estão prejudicando a saúde e os aspectos práticos do emprego dessas profissionais.

Em uma emergência médica, por exemplo, uma aeromoça não só precisa assistir o cliente que está passando mal, como tem que tomar cuidado para não mostrar muito do seu corpo por causa de seu uniforme, aponta a BBC,

“Dependendo de como o passageiro cair e a sua posição, eu sempre pensava que teria que ficar de quatro pressionando o seu peito, usando uma saia justa que restringia meus movimentos”, revela a comissária de bordo identificada como Jade pela reportagem da BBC. Ela não quis ter seu sobrenome revelado por ter um familiar trabalhando na companhia aérea Virgin Atlantic.

Além disso, por trás da imagem da boa aparência, as aeromoças lidam com muitas doenças provocadas pela exigência do uniforme, como varizes, dores na coluna e até privações de sono. A ex-comissária da British Airways Mel Collins conta que ela ficou com joanete nos pés por causa dos saltos exigidos no código de vestimenta.

De acordo com a BBC, além dos problemas citados acima, muitas mulheres que trabalham neste setor dizem ter sofrido assédio e sexismo pelos passageiros.

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“Um homem me disse uma vez que eu era linda, mas ‘não tinha muita coisa na cabeça’, só porque ele achou que eu não havia trazido sua bebida rápido o bastante”, diz Jade. “Como podemos esperar que os passageiros nos levem a sério, como pessoal que potencialmente podem salvar suas vidas, quando temos que manter uma aparência de boneca inflável?”.

A consultura de aviação Pam Chambers, que trabalha na firma de advogacia The Air Law, acredita que esses comentários dos passageiros não tem um fim próximo de acabar.

“Essas coisas baixas, insultos, comentários maliciosos realmente são vistos como parte do trabalho e comuns em empregos nas áreas de serviço, esperados por gestores sêniors. Espera-se que os comissários lidem com a situação e impeçam que as coisas fiquem piores”, afirma Pam.

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Uma pesquisa feita pela Universidade Kings College com diversos tripulantes apontou que muitos deles querem uma maior flexibilização com o uniforme. “Códigos de vestimenta que exigem que as mulheres usem roupas mais femininas enviam uma mensagem clara sobre os papéis considerados de homens e de mulheres no mercado de trabalho e, muitas vezes, tem pouco a ver com as exigências reais do trabalho”, aponta Binna Kandola, psicólogo e professor da Universidade de Leeds, no Reino Unido, para a BBC.

Veja também: “Hoje eu tenho dois filhos”, diz mãe de Isabella Nardoni

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