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Quem é o vereador Marcello Siciliano, do PHS

Os nomes dele e do ex-PM Orlando de Araújo foram os primeiros a aparecer como suspeitos na investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes

Por Da Redação
Atualizado em 9 Maio 2018, 13h45 - Publicado em 9 Maio 2018, 13h39
 (Carl de Souza/AFP/Reprodução)
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Na noite da última terça-feira (8), o jornal O Globo divulgou o conteúdo do depoimento de uma das testemunhas da investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Na ocasião, o depoente apontou o vereador carioca Marcello Siciliano (PSH) e o ex-PM e miliciano Orlando Oliveira de Araújo como mandantes do crime.

A motivação seria o avanço das políticas sociais que a vereadora vinha implantando nas comunidades de interesse da milícia, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Quem é Marcello Siciliano

Marcello Siciliano é um vereador carioca, eleito pelo Partido Humanista da Solidariedade, em 2016. Casado desde os 19 anos, pai de quatro filhos e avô de três netos, ele enfatiza sua dedicação à família em todas as ocasiões que tem oportunidade; assim como a intenção de trazer uma “nova política” ao seu mandato.

Em entrevista à psicóloga Tereza Couri, em 2010, ele contou um pouco de sua trajetória antes de entrar para a carreira pública. Na ocasião, o bate-papo era motivado pela indicação de Siciliano ao Prêmio Nobel da Paz de 2010 por ações de caridade. Na época, ele era considerado um empresário bem-sucedido da construção civil e estaria envolvido em ao menos seis projetos sociais.

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Entretanto, a vida política é marcada por polêmicas.

Em 2014, O Globo publicou uma reportagem sobre um relatório sigiloso, chamado “Extrato de inteligência de número 2 das eleições 2014”, que teria influenciado a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de solicitar apoio das Forças Armadas para assegurar o bom funcionamento das eleições municipais de 2014.

O documento ressalta que “fontes confiáveis”, além de registros policiais, “indicam que grupos (criminosos) atuariam na coação das pessoas que residem naquelas localidades como forma de impedir o pleno gozo dos direitos políticos”.

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Nele, os analistas identificaram 41 áreas dominadas por traficantes e milicianos, onde candidatos encontravam dificuldade de fazer campanha. Na ocasião, apontaram também aqueles que tinham passe livre para a propaganda.

Das 16 regiões relacionadas no documento, obtido com exclusividade pelo jornal, quase a metade era liberada a candidatos do PMDB. No interior da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, região de milícia, as placas dos candidatos a deputado estadual Domingos Brazão (PMDB) e Marcello Siciliano (na época, candidato a deputado estadual pelo PSDC) predominavam.

O Globo também constatou que os dois chegaram a montar comitês dentro da favela. Para a reportagem, moradores teriam relatado que por lá ainda existe voto de cabresto. “Ai de nós se não deixarmos a placa dos candidatos que eles apoiam presa no nosso muro”, teria comentado uma pessoa nascida e criada na comunidade.

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Segundo a revista Carta Capital, parte do reduto eleitoral de Siciliano é na Zona Oeste, com votos concentrados na região de Jacarapeguá – que abrange o Anil, a Cidade de Deus, a Gardênia Azul e Rio das Pedras.

Recentemente, o nome do parlamentar voltou à mídia por outro sério episódio. O colaborador do vereador, Carlos Alexandre Pereira Maria, foi executado no dia 8 de abril, na Zona Oeste. Ele foi convocado a depor no caso Marielle e chegou a prestar esclarecimentos à polícia.

Duas linhas eram trabalhadas nos caminhos da investigação: uma apontava que ele poderia ter sido morto por ligação com uma milícia da região e outra que o crime tivesse conexão com seu cargo na equipe de Siciliano.

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Marcello Siciliano também depôs sobre a execução de Marielle Franco, no dia 6 de abril. Os policiais foram ao gabinete dele na Câmara dos Vereadores no dia anterior, 5, mas ele não estava. Então, o parlamentar foi notificado para prestar depoimento, que ocorreu um dia após o vereador Zico Bacana (PHS) ir à Delegacia de Homicídios. Foram três horas na delegacia e, na saída, declarou que foi convocado “para poder ajudar na linha de investigação” e que Marielle era uma “grande amiga”.

Resposta de Marcello Siciliano

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (9), o vereador Marcello Siciliano chamou de “mentirosa” a acusação de seu envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.

“Gostaria de esclarecer, antes de mais nada, a minha surpresa com relação ao que aconteceu ontem (terça-feira, 8). A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo por que esse factoide foi criado contra a minha pessoa. Estou sendo massacrado nas redes sociais por algo que foi dito por uma pessoa que a gente não sabe nem a credibilidade que tem. Nunca tivemos conflito político em região alguma. Ela esteve no meu aniversário. Em Curicica eu não tive muitos votos”, afirmou Siciliano.

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