Oscar 2018: Entenda a polêmica do filme “A Forma da Água”
Filme que reúne mais indicações ao Oscar deste ano enfrenta processo judicial nos Estados Unidos
Nos últimos meses, o filme A Forma da Água viu-se no meio de uma polêmica. O título com mais indicações ao Oscar 2018 – 13 no total – e um dos fortes concorrentes a estatueta de Melhor Filme da temporada está sendo acusado de plágio.
A acusação parte de David Zindel. De acordo com o escritor, os produtores do longa plagiaram a peça escrita em 1969 por seu pai, o autor Paul Zindel, chamada Let Me Hear Your Whisper.
Segundo David, o produtor de A Forma da Água, Daniel Kraus, um grande admirador da obra de Paul, propôs o filme ao diretor Guilhermo del Toro no mesmo ano em que a história de Let Me Hear Your Whisper foi ao ar pela televisão norte-americana. “[Eles] descaradamente copiaram a história, elementos, personagens e temas“, afirma a denúncia apresentada à justiça dos Estados Unidos em 21 de fevereiro.
A Fox, produtora por trás de A Forma da Água, nega a acusação feita por David e classificou os argumentos como “sem fundamento e totalmente sem mérito” em comunicado divulgado pela agência Reuters. Contudo, em sua acusação, David conseguiu reunir mais de 60 semelhanças entre o filme e a peça de seu pai.
Entre elas estão a história que serve de base para a trama: uma faxineira solitária que trabalha em um laboratório científico durante a Guerra Fria e que cria um vínculo amoroso com um ser aquático. Na narrativa de Paul, a mulher se apaixona por um golfinho; no filme da Fox, por um monstro meio homem, meio peixe.
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Polêmica além dos tribunais
Além da polêmica na justiça norte-americana, o filme A Forma da Água virou motivo de discussão após sua estreia nas telonas.
No longa, a protagonista Elisa, interpretada por Sally Hawkins, aparece se masturbando em uma das cenas do filme. A passagem dividiu opiniões nos Estados Unidos e causou polêmica entre os defensores e os críticos do debate em torno desse ato sexual.
Em entrevista ao site IndieWire, o diretor do filme defendeu a produção e ressaltou a importância da cena. “Eu escrevi este papel para Sally porque ela é extraordinária e ordinária ao mesmo tempo (…) Eu quis mostrar que Elisa não é uma princesa animada dos contos de fadas.”
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