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Organizadoras do ‘Adoção na Passarela’ se defendem de críticas

Tatiane Barros, da OAB, e Lindacir Rocha, da Ampara, rebatem acusações

Por Gabriela Maraccini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 fev 2020, 08h21 - Publicado em 22 Maio 2019, 16h13
Adoção na Passarela
Desfile da edição passada: críticas por expor crianças  (Reprodução/Reprodução)
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Aconteceu na última terça-feira (21) a segunda edição do desfile “Adoção na Passarela”, no Pantanal Shopping, em Mato Grosso. A ação, no entanto, foi recebida com muitas críticas pela Internet.

Realizada pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) – e pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA), a ação pretendia “dar visibilidade a crianças e adolescente de 4 a 17 anos que estão aptas para adoção”. Entretanto, muitas pessoas criticaram a ideia, alegando que o desfile expõe as crianças como mercadoria.

À CLAUDIA, Tatiane Barros Ramalho, presidente da CIJ, garantiu que o “Adoção na Passarela” obteve o aval do Ministério Público e das Varas da Infância e Juventude de Cuiabá (MT) e Várzea Grande (MT). Além disso, ela salientou que, ao contrário das críticas feitas na web, o evento não expôs as crianças e adolescentes que participaram do evento. 

“Estão achando que realizamos um desfile em que expomos os nomes, as idades e as histórias dessas crianças. Nós, da OAB, nunca faríamos isso”, defende-se.

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A presidente explicou ainda que desfilaram tanto crianças e adolescentes que já foram adotados quanto crianças que ainda aguardam a adoção. “Não houve divisão. Fizemos uma mescla de crianças adotadas, que desfilaram com suas famílias adotivas, e não adotadas, que ficaram acompanhadas de um padrinho ou responsável”, detalha. “Ninguém que assistiu ao desfile soube quem era quem. Não teve essa exposição”.

Tatiane reitera que houve apoio psicológico para as crianças e adolescentes participantes. Segundo a presidente, eles puderam passar o dia com as famílias aptas à adoção. “Só desfilou quem queria, elas foram preparadas psicologicamente e, além disso, ninguém gerou expectativa e falou ‘você está desfilando para ser adotada’, não teve nada disso, é óbvio”, explicou.

Resposta às críticas

Lindacir Rocha Bernardon, fundadora da Ampara, entende que as interpretações acerca do desfile não são unânimes, mas que o órgão não se preocupa com isso.

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“A nossa preocupação é, na verdade, dar família para essas crianças. A gente não se preocupa com aqueles que não sabem o que é viver em um abrigo. A gente sabe que podem existir críticas negativas, mas, com o nosso evento ganhando repercussão, podemos explicar a essas pessoas desinformadas o nosso trabalho”, declara.

Ela defende que o projeto é “belíssimo” e dá maior visibilidade para as crianças e adolescentes. “O projeto serve para essa maior visibilidade, para eles não ficarem trancafiados esperando uma adoção. Hoje as famílias querem crianças menores, então o desfile dá essa oportunidade para crianças maiores e adolescentes serem adotados”.

Tatiane ressalta que, na edição passada, realizada em 2017, não houve críticas em torno do evento. “Foi um sucesso, porque realmente não é a nossa intenção expor as crianças. O objetivo principal é elas saírem de lá adotadas”.

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Na primeira edição do evento, dois adolescentes, um de 14 anos e outro de 15, foram adotados, dizem as representantes. Segundo Lindacir, eles puderam desfilar na noite de terça (21) e discursaram sobre os resultados do evento do qual participaram. “Eles não teriam essa oportunidade se não tivessem recebido essa visibilidade anteriormente”, defende.

A fundadora da Ampara diz que, por causa do evento da última terça (21), uma menina foi adotada.

Entenda o caso

Na última terça-feira (21) aconteceu no Pantanal Shopping o “Adoção na Passarela”, desfile que pretendia “dar maior visibilidade a crianças e adolescentes à adoção”. Apesar da intenção, o evento gerou repercussão negativa na web e recebeu críticas de diversos usuários, incluindo os políticos Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila.

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O jornalista Paulo Henrique Amorim também fez críticas ao evento em seu portal “Conversa Afiada”. “Quando se pensa que o Brasil é capaz de tudo, aparece uma inovação alucinada: uma passarela para que crianças de 4 a 17 ‘desfilem’ diante de futuros pais como se fossem modelos!”, escreveu. Os internautas também criticaram a realização da ação em um centro comercial.

 

Leia também: Evento faz crianças desfilarem em shopping para serem adotadas

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