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O que aprendi com os homens sobre equidade de gênero

Sim, você leu certo. Estou falando sobre a minha experiência no Evento Anual do WEPs, em que eles parecem, finalmente, ter entendido que precisam participar dessa discussão

Por Tatiana Schibuola
Atualizado em 28 out 2016, 02h02 - Publicado em 26 abr 2016, 11h40
Tati Schibuola
Tati Schibuola (/)
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Foram dois dias intensos. Mês passado, tive a honra de participar do Evento Anual do Women’s Empowerment Principles (Princípios de Empoderamento Feminino), realizado pela Organização das Nações Unidas, na sede da entidade, em Nova York. Ali, estavam reunidos líderes de governo, CEOs, e representantes da sociedade civil de todo o mundo. Tanta gente influente em torno de um só objetivo – discutir ações que levem garotas e mulheres a alcançar seu potencial máximo e atingir, o quanto antes, as metas de desenvolvimento sustentável agendadas para 2030. Mas, entre tantos painéis, palestras e depoimentos (muitos deles emocionantes), o que chamou a minha atenção foram alguns discursos masculinos.

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Por trás de um dado impressionante – o poder da paridade entre homens e mulheres pode fazer a economia mundial crescer 12 trilhões de dólares – há uma singela constatação: “Tem uma peça faltando na luta pela equidade de gênero: o homem”, disse o escritor Michael Kaufman. “Eles precisam saber que estamos criando um mundo melhor para as mulheres. Mas também para si mesmos. E, muito, mas muito melhor para as crianças.” O colombiano Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, destacou que a América Latina produziu avanços consideráveis. Hoje as mulheres latinoamericanas são maioria nas universidades e estamos à frente dos Estados Unidos e Europa Oriental quando avaliamos a participação feminina na política, com 30% de cadeiras ocupadas. Mas lembrou: “Venho de uma parte do mundo onde o chovinismo está no DNA. Os homens tem papel determinante na promoção da igualdade.”

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Faz parte desse papel chamar para si funções essencialmente femininas, como tomar conta da casa, das crianças, dos mais velhos. Foi o que fez o jornalista Josh Levs, ao exigir de sua empresa o benefício da licença paternidade. Mas encontrou enorme resistência. “Os homens enfrentam até demissões quando fazem de suas famílias uma prioridade”, disse. Ele tornou-se, então, advogado da causa de uma nova de paternidade, que defende no livro All In (Todos Dentro, em tradução livre, ainda sem edição em português). Ouvir esses homens entrarem na conversa me encheu de esperança. E a confiança de que usufruir dos benefícios da equidade não será somente um privilégio das próximas gerações. Pode-se dizer que incluir a ala masculina na conversa já é um enorme avanço. 

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