Mulheres protestam em Buenos Aires pelo aborto legal
O procedimento clandestino e, portanto, inseguro hospitaliza de 50.000 a 100.000 mulheres todos os anos na Argentina
Milhares de mulheres se reuniram na última segunda-feira (30) em frente ao Congresso da Argentina, em Buenos Aires, para pedir pela descriminalização do aborto. O movimento vem em seguida de uma campanha virtual, no dia anterior, que transformou a ação no assunto mais comentado no país na rede social.
As organizadoras fazem parte da Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, que pediu que as manifestantes levassem lenços verdes, símbolo do movimento que em 11 anos apresentou em seis ocasiões a proposta parlamentar de uma lei de interrupção voluntária da gravidez.
A proposta voltará a ser levada ao Congresso nos próximos dias, segundo a dirigente da organização Plenária de Mulheres, Vanina Biasi. O mesmo já aconteceu outras vezes, mas acabou perdendo a vigência por não ter sido discutida pelos parlamentares.
Ainda segundo as entidades responsáveis pelo movimento, a atual proibição faz com que entre 50.000 e 100.000 mulheres terminem hospitalizadas após realizar o procedimento de forma clandestina. O Ministério da Saúde local estima que, na Argentina, são praticados meio milhão de abortos ao ano.