Mulheres agora têm acesso a DIU em maternidades atendidas pelo SUS
Medida do Ministério da Saúde amplia acesso ao método contraceptivo e prevê aplicação durante o parto ou em procedimentos pós-aborto
O Ministério da Saúde ampliou a oferta de Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre para mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A nova medida, anunciada pelo governo federal na última segunda-feira (13), prevê acesso ao método contraceptivo pelas brasileiras em maternidades da rede pública do Brasil.
O DIU já era ofertado às mulheres em nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Agora, além da aplicação preventiva padrão, elas terão a opção de realizá-la durante o parto ou em procedimentos pós-abortamento.
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Para encarar a nova realidade, as maternidades têm até 180 dias para se adaptar às medidas. O período é necessário para que a equipe dos hospitais recebam o treinamento para realizar a aplicação do DIU.
Segundo Maria Esther de Albuquerque Vilela, coordenadora geral de saúde das mulheres do Ministério da Saúde, a aplicação do DIU em mulheres no pós-parto ou pós-parto é mais simples do que os procedimentos-padrão, uma vez que o próprio organismo facilita o processo. “O colo [do útero], por exemplo, já está dilatado”, explica a médica.
Atualmente, o Brasil registra aproximadamente 3 milhões de nascimentos a cada ano – com cerca de 98% deles acontecendo em estabelecimentos hospitalares, sejam públicos ou privados, segundo o Ministério da Saúde. Só o SUS atende 1,9 milhão de mulheres por ano.
Com a medida, a estimativa do Ministério da Saúde é garantir, até 2020, que o DIU corresponda a 10% dos métodos utilizados pelas mulheres. Até 2018, serão investidos mais de R$ 12 milhões no SUS para a oferta do DIU – que custa, em média, R$ 100 no mercado.
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Método conhecido, mas esquecido
O DIU de cobre é um dos métodos contraceptivos mais utilizados do mundo. Cerca de 170 milhões de mulheres recorrem a ele, enquanto 110 milhões às pílulas hormonais, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Um de seus atrativos são as garantias que ele assegura a longo prazo. O dispositivo dura aproximadamente dez anos no corpo da mulher e é 99,3% eficaz como método contraceptivo.
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Contudo, ele foi rejeitado por muito tempo pelas mulheres. Por desconhecimento de suas vantagens e desvantagens, os médicos não as apresentava corretamente às pacientes. respectivamente.
Assim, Maria Esther defende que um dos objetivos do programa de incentivo ao uso do DIU é informar às brasileiras novos métodos contraceptivos às quais elas têm acesso. “[O foco é] explicar para a mulher sobre as vantagens e desvantagens do DIU de cobre, para que ela possa escolher qual é o melhor procedimento para ela (…) A gente não espera a ditadura do método.”
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