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MP pede condenação de Sara Winter por expor dados de menina abusada

Caso venha a ser condenada pela divulgação das informações sigilosas, extremista de direita terá que pagar R$ 1,3 milhão

Por Da Redação
19 ago 2020, 19h07

O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) entrou com uma ação na Justiça para que Sara Giromini, popularmente conhecida como Sara Winter, seja condenada a pagar R$ 1,3 milhão a título de dano moral por divulgar informações pessoais da menina de 10 anos estuprada pelo próprio tio.

 

No domingo (16), a extremista de direita postou um vídeo em suas redes sociais, revelando a identidade da criança e o local onde ela seria submetida à interrupção da gravidez resultante dos abusos. Com isso, um grupo de religiosos montou um ato na frente do hospital, hostilizando a equipe médica e a menina e tentando impedir a realização do procedimento.

Ao G1, o promotor Fagner Cristian Andrade Rodrigues, autor da ação, declarou que Winter “expôs a criança e sua família, em frontal ofensa a toda a ordem jurídica protetiva da criança e do adolescente, conclamando seguidores a se manifestarem [contra o aborto]”. Segundo ele, Sara “demonstrou descompromisso com o respeito à Constituição Federal” e desrespeitou “o direito fundamental ao respeito inclui a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem”, assegurado pelo artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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Rodrigues também afirmou que a conduta da extremista está “incluída dentro de uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista, que expõe a triste condição de uma criança de apenas 10 anos de idade”. Caso ela venha a ser condenada, o dinheiro será revertido ao Fundo de Direitos da Criança e do Adolescente de São Mateus.

Investigação

Sara Winter também está entre os investigados pelo MP-ES, que busca apurar o vazamento de informações sigilosas relativas ao caso. Além dela, a Promotoria da Infância e da Juventude de São Matheus irá investigar se pessoas ligadas a grupos políticos, foram até a casa da avô da menina de 10 anos grávida, para pressioná-la a não realizar o aborto

Dada a proximidade de Winter com o governo Bolsonaro, uma hipótese é de que alguém do alto escalão possa ter fornecido as informações a ela. Em abril, Sara foi convidada pela ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), a assumir o cargo de coordenadora nacional de políticas à maternidade.

Em nota, o Ministério negou ser o responsável pelo vazamento dos dados e salientou “que os técnicos do MMFDH não sabiam o nome da criança, nem o endereço da família. E que jamais tiveram contato com qualquer pessoa próxima à criança. A atuação do ministério limita-se ao relacionamento com as autoridades municipais durante o período de investigação.” O texto diz ainda que a pasta está, desde o registro da denúncia de abuso, acompanhando de perto as investigações sobre o caso.

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Na terça-feira (18), o canal de Winter foi deletado do YouTube por violar os termos de serviço da plataforma. Ela também sofreu represália do grupo Anonymous Brasil, que publicou nas redes sociais dados de cartões de crédito, documentos, endereço e telefone da extremista.

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