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MP de Goiás apresenta nova denúncia contra João de Deus

Vítima mais jovem teria oito anos na época do abuso. Além da denúncia, MP protocolou mais um pedido de prisão preventiva

Por Lia Rizzo
Atualizado em 15 jan 2019, 14h40 - Publicado em 15 jan 2019, 14h20

Na manhã desta terça-feira, 15, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) protocolou nova denúncia de crimes sexuais contra o médium João Teixeira de Faria. Com base em treze casos, dos quais cinco ocorreram na última década, sendo o mais recente de julho de 2018, a denúncia é acompanhada de um novo pedido de prisão preventiva.

Em coletiva para imprensa realizada hoje em Goiás, promotores explicaram que os casos considerados neste processo trazem a vítima mais jovem identificada até o momento: uma menina que teria oito anos na ocasião do primeiro abuso, ocorrido em um atendimento individual.

Entre as provas apresentadas nestes depoimentos estão desde pedras preciosas, que o médium entregava ao fim dos atos, até transferências financeiras em favor da vítima feitas por João de Deus. Os abusos teriam acontecido em Abadiânia, mas as mulheres foram ouvidas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás.

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Conjunto de denúncias

Dos treze casos apresentados neste processo, somente cinco serão passíveis de julgamento, por conta do tempo de prescrição para os crimes. Porém, as demais vítimas serão testemunhas para corroborar o comportamento e os relatos. Uma das vítimas, menor de idade na ocasião dos abusos, foi estuprada dezenas de vezes entre os anos de 2009 e 2010.

Segundo o promotor Augusto Cézar Souza, do MP de Goiás, “na nova denúncia ficou ainda mais clara a forma como o investigado exercia seu poder de influência, não apenas para praticar os atos, mas para garantia de sua impunidade ao longo dos últimos 40 anos.”. O pedido de prisão é justificado pelo temor narrado pelas vítimas em relação a ameaças e represálias de pessoas ligadas ao médium.

“Este temor justifica inclusive a demora em denunciar”, lembra a promotora Gabriela de Queiroz, também do MP de Goiás. Os promotores afirmaram ainda que houve pelo menos um relato de uma jovem que tentou buscar ajuda junto a funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola, onde eram realizados os atendimentos. Porém, na ocasião a vítima foi coagida a acreditar que o abuso era na verdade uma forma de tratamento.

Leia mais: Os relatos das vítimas que romperam o silêncio

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Represálias físicas e espirituais

“Essas mulheres tinham muito medo de não serem creditadas pelo círculo de segurança em torno do réu”, explica Gabriela de Queiroz. “Qualquer tentativa de contar para os devotos deste homem causava muito receio. A promotora explica que o fato de algumas das vítimas serem crianças ou adolescentes de núcleos familiares que eram muito fiéis à Casa, “acabavam ameaçadas como se a quebra do silêncio fosse causar algum mal a seus entes.”

O Ministério Público seguirá investigando outras denúncias. Até o dia 10 de janeiro, mais de 680 contatos haviam sido recebidos pelo órgão. E já foram confirmadas cerca de 300 potenciais vítimas.

João Teixeira de Faria segue preso sob acusação de violência sexual mediante fraude e de estupro de vulnerável. Nos interrogatórios, segue negando os abusos. Outros detalhes não foram divulgados, em razão do sigilo da investigação.

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