Morre Alice Munro, Nobel de Literatura e mestra do conto, aos 92 anos
Escritora canadense, conhecida mergulhar nas relações humanas para escrever suas obras, deixa legado no universo da literatura
Alice Munro, escritora que venceu o prêmio Nobel de literatura, morreu aos 92 anos. A notícia foi confirmada nesta terça-feira (14) por seus agentes literários, mas a causa do falecimento não foi divulgada.
Alice foi a primeira mulher do Canadá a receber o Nobel da Literatura, em 2013. Para o comitê, ela é considerada “mestre da narrativa breve contemporânea” e “aclamada por sua narrativa afinada, que é caracterizada pela clareza e pelo realismo psicológico”.
Também foi premiada pelo Booker Internacional e, graças ao livro O Amor de uma Boa Mulher, lançado em 1998, ganhou o National Book Critics Circle Award. A obra reúne contos e é feita no estilo cinematográfico típico da autora, sendo considerada o seu título mais importante por muitos críticos.
A história de Alice Munro
Alice iniciou sua carreira ainda jovem, através de crônicas, e consolidou seu trabalho com os contos. Suas histórias se concentravam nas relações humanas a partir de momentos cotidianos e acontecimentos aparentemente corriqueiros. Essa característica, somada a qualidade de seu trabalho, a fez ganhar o apelido “a Tchékov do Canadá” ou “Tchékov da língua inglesa”.
A autora nasceu em 10 de julho de 1931, em Wingham, uma pequena comunidade rural de Ontário. Ela cresceu em um momento de depressão econômica e, desde a infância, cultivava o interesse pela leitura.
Munro frequentou por dois anos a Universidade de Western Ontario e, para manter os estudos, fazia trabalhos manuais. Casou-se duas vezes, tendo três filhas no primeiro casamento e mais uma no segundo.
Alice Munro morreu em 13 de maio de 2024, aos 92 anos, em Port Hope, e deixou um legado não só como escritora, mas também por seu posicionamento contra a desigualdade de gênero.