Menino morre de fome após passar dias preso com coleira de cachorro
O crime ocorreu nos Estados Unidos e foi cometido pelo pai e madrasta do garoto
Eduardo Posso, um garoto de apenas 12 anos, morreu na cidade de Bloomington, em Indiana (EUA), depois de ficar trancado e privado de qualquer alimentação durante dias. Seu pai, Luis Posso, e a madrasta, Dayana Medina-Flores foram presos sob as acusações de assassinato, negligência, confinamento forçado e maus-tratos.
Declarada no dia 24 de maio, a morte do menino foi classificada como homicídio e causada por complicações decorrentes da fome, desnutrição e falta de cuidados médicos. O relatório médico aponta que Eduardo apresentava sinais de abuso prolongado, com hematomas, lacerações e úlceras em todo seu corpo.
Em suas últimas semanas de vida, o garoto passou os dias confinado no banheiro de um hotel onde vivia com o pai, a madrasta e a irmã. Luis e Dayana trabalhavam entregando panfletos para um circo itinerante após mudarem-se da Flórida por constantes envolvimentos com o Departamento de Serviço às Crianças.
Segundo depoimento da madrasta, no dia 23 Eduardo havia adoecido, ficando fraco demais para se alimentar e apresentando poucos sinais de lucidez. Na manhã seguinte, ela o encontrou gelado e o pai o levou a um hospital de Bloomington. O garoto já estava inconsciente ao chegar lá e teve a morte confirmada pouco depois.
No celular de Dayana, os investigadores encontraram um vídeo que mostra Eduardo imobilizado e deitado em uma banheira. Já no telefone de Luis, havia uma selfie dele com o garoto na mesma situação. Em uma mensagem de texto, ele diz que “Eduardo quase escapou das correntes”. No quarto do hotel foram encontradas correntes, cordas, algemas, cadeados e uma coleira de choque para cachorros.
Dayana admitiu também que o marido batia na criança com cintos, sapatos e as próprias mãos e já o havia prendido daquele jeito mais de dez vezes. Luis também usava a coleira para dar choques no menino. Quando o casal não o levava para distribuir panfletos, ele ficava trancado no banheiro e era monitorado por um sistema de vídeo.
Luis confirmou as alegações feitas pela esposa sobre os espancamentos, mas negou que o deixava sem comida e não explicou o que havia causado os outros machucados do menino. O casal pode ser liberado caso pague a fiança de 500 mil dólares, cada. Outras três crianças que viviam com o casal foram encaminhadas para o Serviço de Proteção à Criança. Elas aparentam estar saudáveis.
Paradeiro desconhecido
Aurea Garcia, mãe de Eduardo, só descobriu sobre a morte do filho quando recebeu a visita da polícia. Até então, ela acreditava que o filho ainda morava na Flórida e, a princípio, achou que os policiais queriam conversar sobre a guarda das crianças. “Eu pensei que meu filho finalmente havia pedido ajuda”, contou ela à CNN, referindo-se ao comportamento abusivo que Luis tinha com Eduardo.
Ela afirma que sabia que o ex-marido era bruto com as crianças, o que foi uma das razões de sua separação. Mas ela não imaginava que ele era capaz do que fez. A última vez que Aurea viu o filho foi no feriado de Ação de Graças de 2017, quando notou que ele estava mais magro e quieto do que o normal. Na época, o menino disse que estava comendo menos porque a escola o havia alertado sobre seu peso.
Após o divórcio, ela conta que Luis simplesmente levou as crianças e nunca devolveu. Por não conseguir comparecer uma audiência de custódia, ela perdeu a guarda dos filhos, que foi dada ao pai. Ela transferia a pensão alimentícia para um endereço na Flórida, o que a fazia pensar que eles ainda viviam lá.
Agora ela espera que a morte do filho inspire outras pessoas a denunciarem casos de abuso infantil. “Se você ver que uma criança está sendo maltratada, não importa onde for, fale. Não tenha medo, você pode salvar essa criança de que a está machucando.”
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