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Menino de 10 anos é morto por treinador que o tratava como filho

No Uruguai, o garoto Felipe Romero foi sequestrado e assassinado por seu antigo técnico de futebol, que se suicidou na sequência

Por Da Redação
24 abr 2017, 13h49
 (Reprodução/Facebook)
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O desfecho das investigações sobre a morte de um garoto de 10 anos chocou o Uruguai, no fim de semana.  Desaparecido desde a última quinta-feira (20), o menino Felipe Romero foi encontrado morto junto ao técnico de futebol, Fernando Sierra, 32 anos, no sábado (22). Chegou-se a conclusão de que treinador é o responsável pela morte e pelo sequestro do menino.

O corpo do garoto e do técnico foram achados a 150km de Montevideo. Segundo familiares, Felipe e Sierra eram muito amigos e tinham uma relação muito próxima.

A proximidade dos dois era tanta, que despertou a preocupação da psicóloga que cuidava do menino. Assim, foi recomendado pela profissional à mãe do garoto que proibisse o contato entre a criança e o homem, contou a tia de Felipe, Maíra del Carmen Romero, em entrevista à BBC.

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Porém, mesmo com a dificuldade e a proibição em ver o menino, Sierra foi até a escola buscá-lo, na quinta-feira, dia do sequestro. Ninguém da instituição achou estranho, pois ele costumava buscar o menino na escola.

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Esse foi o último dia que Felipe foi visto, até que seu corpo fosse encontrado no sábado junto ao do técnico. De acordo com o El Pais do Uruguai, Sierra disparou uma vez no menino e logo depois se suicidou.

Pai e filho

Segundo a publicação uruguaia, Sierra e Felipe se conheceram há dois anos, quando o menino pertencia a equipe comandada pelo treinador. Atualmente, o menino não era mais dirigido pelo técnico, que era responsável pelo time formado por garotos de até 9 anos de idade.

O relacionamento dos dois, entretanto, ainda permanecia forte, pois Fernando havia se tornado a figura paterna de Felipe – filho biológico de um importante ex-jogador uruguaio, Luis Romero. “Ele levava e trazia Felipe dos treinos, das partidas, andavam juntos para todos os lados, ele o tratava como se fosse seu filho, e Felipe o tratava como se fosse seu pai. Por mais de uma vez, Felipe o chamou de papai“, diz Myriam Sosa, dirigente do Club Defensor Maldonado, time em que o menino jogava e que Sierra treinava a pela divisão infantil.

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Foi justamente essa proximidade que chamou a atenção da psicóloga de Felipe. Depois de algumas viagens realizadas entre o garoto e o treinador, a profissional notou que algo não estava bem com o garoto e pediu que a mãe não o deixasse só com Sierra. “Ela notou sinais de que algo não estava bem com Felipe”, revelou a mãe ao El Pais.

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Com a proibição, Sierra chegou a tentar uma reaproximação com o garoto, mas a mãe reforçou a recomendação feita pela psicóloga. Foi, então, que Sierra ameaçou tomar medidas drásticas caso fosse impedido de ver o menino. “Se não posso mais ver o Felipe, eu me mato”, disse o técnico a mãe de Felipe. Após a conversa entre os dois, Sierra buscou o garoto na quinta-feira e ele nunca mais foi visto por familiares e amigos.

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Repercussão

O caso comoveu o Uruguai e mobilizou a população do país e da pequena cidade de Maldonado –  onde viviam o Felipe e Sierra – com campanhas de buscas ao garoto. “Aqui, todo mundo se conhece. Nunca poderíamos imaginar uma situação assim”, disse Maíra del Carmen.

A juíza da cidade, Adriana Morosini, confirmou no domingo (23), que será apurado se a escola tinha ou não permissão para liberar a saída de Felipe com Sierra. Serão escutadas a diretora da escola, professores, mãe e pai e a psicóloga que deu as recomendações a família do garoto.

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