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Intercâmbio para adultos

Viajar para estudar deixou de ser experiência exclusiva de adolescentes. Cada vez mais adultos embarcam para fora em busca de aprimorar uma outra língua, se atualizar na carreira, fazer trabalho voluntário ou apenas mudar de ares. Dá para ir sozinha ou até com a família. Prepare seu passaporte!

Por Kátia Lessa (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 18h35 - Publicado em 9 nov 2015, 17h48
Danita delimont/Getty Images
Danita delimont/Getty Images (/)
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Culinária na Califórnia
Logo que voltou da licença-maternidade do primeiro filho, a publicitária Katrin Warkentin Svartman (foto), 35 anos, então diretora de planejamento de uma agência de publicidade, começou a questionar sua carreira e decidiu que deveria fazer um intercâmbio. Quando o garoto completou 1 ano, ela pediu demissão. Em setembro passado, a paulistana embarcou para 30 dias em Venice, na Califórnia, onde foi estudar raw food (alimentação crua) na escola Matthew Kenney Cuisine. “Com a maternidade, a alimentação virou um pilar fundamental para mim.” Sua única condição para viajar tranquila em busca do sonho de trabalhar com culinária saudável era levar o filho com ela. “Só de pensar em ficar longe dele já era uma choradeira danada.”  Como o marido não poderia passar mais de quatro dias por lá e as aulas eram durante a tarde, Katrin optou por levar a mãe para ajudar. Assim, a rotina se tornou mais leve: ioga diariamente e bicicleta como transporte oficial para a escola. “Todos estão adorando”, contou ela, que está grávida de cinco meses, ainda da Califórnia.  

Quem leva? A Birds Intercâmbio (birdsintercambio.com.br) cuida de tudo: inscrição na escola Matthew Kenney Cuisine, passagem e moradia. 

Jessica Sample/Corbis
Jessica Sample/Corbis ()

Inglês em Toronto

Com um chefe americano, a administradora de recursos humanos Flavia Oliveira (foto), 37 anos, sentiu necessidade de aprimorar o inglês. Em setembro, a mineira embarcou para um curso de 20 dias em Toronto, no Canadá. O marido não pôde viajar com ela, mas ficou cuidando dos filhos do casal (de 8 e 5 anos). Apesar da saudade, que aliviava em ligações diárias por Skype, ela diz que foi bom ficar 100% focada na língua. “Escolhi um curso para pessoas com mais de 30 anos justamente porque estava lá para aperfeiçoar o idioma. Foi um jeito de fugir de colegas muito jovens, que, às vezes, não estão tão focados nos estudos como era o meu caso”, conta. Flavia ficou hospedada em casa de família, o que ajudava no treino. “Na volta, percebi uma melhora no entendimento das expressões, na pronúncia e um desbloqueio da conversação.” Além disso, ela pôde reviver a época em que não tinha as responsabilidades de mãe. “Jogar a mochila nas costas, ir para a aula e não trabalhar por um tempo foi uma experiência maravilhosa. Queria já ter vivenciado isso mais nova. Agora, até fico mais tranquila para  incentivar meus filhos a fazer o mesmo no futuro.”

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Quem leva? A Student Travel Bureau (stb.com.br) organiza o pacote completo: passagens, transfers, seguro-viagem, hospedagem e inscrição, além de oferecer diferentes formatos de curso e destinos.

Kathleen Finlay/Corbis
Kathleen Finlay/Corbis ()

Gastronomia em Paris

Logo que a paulistana Helena Mattar (foto), 30 anos, terminou a faculdade de marketing ela decidiu que queria seguir outro rumo. Foi, então, estudar francês em Paris. Como sua ideia era conhecer um pouco mais da cultura do país, em vez de buscar uma escola de idiomas, ela se inscreveu no curso de civilização francesa, na Universidade Sorbonne. “Lá, além da língua, aprendemos noções de moda, gastronomia e cinema”, conta. Depois de quatro meses, Helena começou um curso de vinhos de curta duração na prestigiada escola de gastronomia Le Cordon Bleu. “Durante esse período, soube que seria aberta a primeira turma de formação de sommeliers e resolvi me inscrever”, lembra. Foram mais nove meses de aulas. Ao final, ela conseguiu um estágio no Les Ambassadeurs, o restaurante do luxuoso Hotel de Crillon. “Segurava taças caríssimas! Tive que aprender inclusive a ter uma postura elegante e falar de forma mais polida”, conta ela, que era a única estrangeira no grupo e sofreu um certo preconceito. “Os franceses não costumam ser amáveis com estrangeiros, já que o excesso de turistas atrapalha o cotidiano da cidade. Até por isso, eles brigam por qualquer coisa.” Quando voltou, depois de um ano e meio fora, Helena ouviu dos amigos que estava diferente – mais reclamona e com um novo jeito de se vestir. “A experiência fica para sempre. Deixei a França, mas as paixões francesas nunca saíram de mim.” Em São Paulo, ela montou uma assessoria de comunicação gastronômica e hoje trabalha com divulgação e produção de conteúdo para restaurantes e até com consultoria para montagem de carta de vinhos.

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Quem leva? A CI Intercâmbio e Viagem (ci.com.br) providencia seguro, passagem e também faz a inscrição na Le Cordon
Bleu. Para estudar na Sorbonne, basta ter visto de estudante e se inscrever pelo site ccfs-sorbonne.fr.

Carl de Souza/AFP
Carl de Souza/AFP ()

Trabalho voluntário no Quênia
A produtora cultural Luanda de Moura (foto), 36 anos, conta que nunca havia sentido vontade de ser mãe. “Mulheres me falavam sobre um tal de ‘chamado para a maternidade’, mas nunca recebi essa mensagem”, diz. Sua ligação mais forte com crianças era a certeza de que viajaria até a África para cuidar de órfãos. Inicialmente, pensava em ir para Angola, uma vez que o nome dela fora escolhido para homenagear o país. “Pesquisando um pouco mais, descobri que no Quênia 700 crianças ficam órfãs diariamente, pelos mais variados motivos, de guerras a doenças e pobreza extrema.” Foi então que descobriu a Volunteer Vacations, empresa que organiza viagens para quem quer fazer trabalho voluntário ao redor do mundo. Por meio dela, conheceu a Imani Kids (imanikids.org),  rede para acolhimento e cuidado de órfãos. “Fiquei encantada e tratei de organizar passagem, seguros, vacinas e uma mala com roupinhas e material escolar para presentear a criançada.” No fim de agosto, Luanda passou duas semanas no orfanato. Da sua rotina fazia parte a alimentação, a higiene e, especialmente, o carinho a bebês que tinham de poucas horas de vida até 11 meses. “Entre trocas de fraldas e preparo de mamadeiras, aprendi a valorizar cada momento da vida. Nada era mais importante do que apreciar o sorriso ou acalmar o choro daqueles bebês. Penso neles todos os dias”, conta. Depois da viagem, a produtora mudou de ideia sobre a maternidade: ela agora não só planeja ter filhos como também quer adotar uma criança. No ano que vem, programa repetir a experiência da viagem, desta vez com o marido.

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Quem leva? A Volunteer Vacations (volunteervacations.com.br) traça o perfil do voluntário para melhor adequar o destino ao viajante. No pacote, estão incluídos transporte terrestre, alimentação, acomodação, hospedagem e todo o material necessário para a função escolhida. Só a passagem é comprada à parte.

 

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