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“Golpes do Tinder” representam 90% dos sequestros de São Paulo

Quadrilhas se organizam para trocar mensagens, marcar “dates” e roubar dinheiro durante o cárcere das vítimas

Por Lorraine Moreira
29 nov 2022, 15h56

Dos sequestros feitos em São Paulo, 9 em cada 10 são decorrentes de encontros marcados por perfis falsos em aplicativos de relacionamento, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), que forneceu a informação à BBC News Brasil. O roteiro dessa história geralmente não muda: a vítima troca mensagens com uma pessoa e, em pouco tempo, marca um encontro. Ao chegar no local, ela se depara com um grupo armado, que pratica tortura psicológica e física para receber dinheiro.

A Divisão Antissequestro do Dope, ainda de acordo com a SSP, averiguou 94 ocorrências, retirou a liberdade de 251 suspeitos e apreendeu 9 adolescentes infratores. Eles observaram que o comportamento dos usuários é vigiado pelos criminosos, que procuram aqueles que mais ostentam nas redes sociais.

Neste mês, inclusive, um médico do Hospital das Clínicas foi mantido em cárcere por 14 horas, logo após marcar um encontro em Pirituba, zona norte de São Paulo. Ele foi solto depois de fazer transferências financeiras, que, juntas, totalizaram R$75 mil. 

O Tinder, aplicativo de namoro mais utilizado no Brasil, recorrentemente comentado quando se trata de golpes, não publicou nota de esclarecimento sobre as medidas de segurança existentes na plataforma para proteger os usuários de situações como essa. Na rede, também não há ferramentas específicas para evitar os casos, apenas a possibilidade de denunciar um perfil, nesse aspecto.

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O crime é subnotificado, segundo a organização, provavelmente pela vergonha que o indivíduo sente por ter caído na armadilha. Mas, em alguns casos, está ligado ao medo da companheira descobrir que ele pretendia traí-la. 

O perfil das vítimas

O foco dos criminosos são homens mais velhos e financeiramente bem-sucedidos, conforme informações divulgadas por representantes da SSP. Fotos de viagens internacionais, de carros de luxo ou de itens que remetem a um padrão de vida alto atraem os olhares de quem pratica o golpe.

Uma característica comum entre os crimes é que eles acontecem em bairros afastados, em períodos mais tardios. Além disso, há uma procura por um encontro o mais rápido possível, que normalmente é casual, por isso não há uma desconfiança de que pode resultar na aplicação de um golpe. Mas isso pode variar de acordo com a quadrilha e a vítima.

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A incidência de casos como esse é maior nas grandes metrópoles do Brasil. Fora de São Paulo, práticas comuns relacionadas às plataformas digitais de encontro são voltadas para o estelionato.

Como se proteger?

Como já te contamos aqui, indica-se não compartilhar dados pessoais sensíveis, como o CPF ou RG, mesmo que a pessoa tenha te oferecido um presente e, por isso, precise dos dados – essa conversa é um hábito comum adotado pelos criminosos. Também é importante procurar informações sobre a pessoa em ferramentas de buscas, para verificar se ela existe mesmo ou é apenas um fake.

 

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