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Garota afegã encontra no rap uma maneira de fugir de casamento arranjado

Sonita Alizadeh se tornou uma ativista pelo fim do casamento infantil e gravou clipe em que critica casamentos arranjados

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 09h20 - Publicado em 11 dez 2015, 11h51

 

Sonita Alizadeh nasceu no Afeganistão e desde a infância teve que conviver com a ideia de que em seu país as meninas podem ser vendidas. Ela ouviu da própria mãe que seria negociada por sua família com seu futuro marido em troca de dinheiro.  No entanto, sua inconformidade com a tradição e o rap a ajudaram a escapar do casamento que não desejava. 

Ela gravou o clipe “Filhas à venda” e chamou a atenção de uma ONG que conseguiu uma bolsa para ela estudar nos Estados Unidos. “Quando minha mãe me disse que iria me vender, senti como se estivesse morrendo. Tive medo de perder o meu futuro e não conseguia entender que ela não via isso”, diz a rapper, de 18 anos, ao Daily Mail.

A primeira negociação aconteceu quando Sonita tinha apenas 10 anos. O potencial “comprador” era um primo da família. Felizmente a negociação não avançou. Quatro anos depois a família deixou o Afeganistão para fugir do Talibã e se mudou para o Irã. Influenciada por cantores como Eminem e a iraniana Yas, Sonita passou a compor canções sobre sua própria realidade. Como cantoras precisam de uma autorização do governo do Irã para atuar, ela compunha e gravava suas músicas escondida, em estúdios clandestinos. 

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Aos 16 anos ela compôs “Filhas à venda” (Dokhtar Forooshi, em persa), em que canta sob a perspectiva de uma menina que está prestes a se casar: “Estou perplexa com esta tradição e essas pessoas. Eles vendem meninas por dinheiro. Sem direito, sem escolha. Agora meu pai está preocupado com os custos de vida. Quem pagar mais leva a garota”.

Divulgação
Divulgação ()

Após conhecer um diretor de cinema, a jovem teve a oportunidade de gravar seu primeiro clipe. No vídeo, ela aparece vestida de noiva e com um código de barras estampado na testa. O sucesso imediato do vídeo no YouTube chamou a atenção do grupo Strongheart, que apoia jovens artistas que crescem em contextos difíceis. A ONG conseguiu uma bolsa de estudos em uma escola de Utah, nos Estados Unidos, e Sonita se mudou sem avisar a mãe.

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Apesar da história complicada, ela garante que não guarda ressentimentos da mãe, pois entende que a tradição é tudo o que ela conhece. “Eu sei que não é culpa dela. Ela estava seguindo uma tradição e fazendo o que era esperado. Eu também entendo que ela precisava muito do dinheiro. Mas finalmente ela me escutou e agora ela vê o meu valor e me apoia. Eu sou grata pelo apoio e compreensão dela”, afirmou. 

Sonita revelou à publicação que está cheia de expectativas para o seu futuro. “No Afeganistão as mulheres estão apenas pensando em sobreviver. Nos Estados Unidos, elas pensam sobre o seu futuro. Podem pensar nos caminhos que as ajudarão a se tornarem quem querem ser. Estão empenhadas em alcançar seus sonhos”, disse. 

Sonita se prepara para gravar sua música mais conhecida em inglês e já prepara novas canções sobre o direito das mulheres nas duas línguas. 

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