Filho foi encontrado nos braços da mãe em acidente fatal em Pipa
O Ministério Público do Rio Grande do Norte já havia informada à Prefeitura sobre o risco de queda da falésia
Nesta terça-feira (17), a queda de uma falésia na Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, matou uma família inteira. Hugo Mendes Pereira, Stela Souza e Sol de Souza, que tinha apenas sete meses, faleceram no local.
Nascido em Jundiaí, São Paulo, Hugo era gerente de um hotel em Tibau do Sul, onde morava com a esposa e o filho. Segundo testemunhas, os adultos estavam com vários ferimentos e sem vida. Já o bebê, que foi encontrado no colo da mãe, ainda respirava. Uma médica tentou reanimá-lo no local, mas a criança não resistiu. Além deles, o cachorro de estimação da família também faleceu.
Em 2017, Hugo deu uma entrevista à Record TV para contar dos cinco anos que passou viajando pelo mundo e pelo Brasil. Antes dessa jornada, ele atuava como coordenador de projetos nacionais em uma grande empresa.
“Muitas pessoas seguem uma carreira que o sistema normalmente nos impõe que é o normal, que é estudar, trabalhar, formar família, para um dia ser feliz, para um dia descansar. Eu quero ser feliz todos os dias. Não quero chegar a lugar nenhum, eu já cheguei”, comentou na ocasião.
Segundo o G1, o trecho com as falésias na Praia de Pipa foi identificado com riscos de desabamento pelo Ministério Público Federal do RN (MPF-RN). anteriormente. Por isso, a Prefeitura havia contratado uma equipe para mapear as áreas de maior ameaça.
“Nós vínhamos fazendo um levantamento das falésias. Isso se soma a um fator de ação das marés. As marés dos dois últimos meses estão muito violentas”, disse a secretária de Meio Ambiente Urbanismo de Tibau do Sul, Ieda Cortez.
Pelo Twitter, Rogério Marinho, Ministro do Desenvolvimento Regional, se pronunciou. “Determinei que a Defesa Civil apoie o município no levantamento das causas e no enfretamento do problema. Queremos evitar que tragédias como essa voltem a se repetir. Pipa é uma das principais praias do Brasil, vamos trabalhar para garantir segurança dos frequentadores.”
Desde junho, o trecho era sinalizado como área de risco por meio de uma placa, mas, segundo a secretária do Meio Ambiente, a própria maré retirava o aviso. Os turistas costumam ser avisados do perigo pelos moradores, que estão mais cientes da gravidade.