PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Dois mundos onde o sofrimento é o ponto comum

O desabafo de uma amazonense que está testemunhando o caos e a dor da pandemia

Por Mazé Mourão
Atualizado em 16 jan 2021, 12h20 - Publicado em 5 Maio 2020, 15h00
 (Chico Batata/picture alliance via Getty Images/Getty Images)
Continua após publicidade

Ai de ti, Amazonas.

Como uma bomba, a Covid-19 caiu, literalmente, no colo dos amazonenses. Sem beneficiamento nos hospitais públicos, sem medicamentos, a equipe médica com salários atrasados, o Amazonas também caiu, vertiginosamente, no caos, onde o novo coronavírus é o protagonista dessa terrível afirmação. No início da pandemia, o governador decretou Estado de Calamidade Pública. Ou seja, não precisa de licitação para comprar. Foi chocante ver, no Portal da Transparência, a compra de 28 respiradores – inadequados – feita por uma Importadora de vinhos. Feio!

E 60 dias depois? O povo está morrendo. Hoje, terça-feira, 5 de maio, mais de 7 mil pessoas contaminadas e mais de 584 mortes, em dois meses, segundo o Boletim Epidemiológico da Fundação Sanitária do Amazonas.  E, em um só dia, foram feitos 119 sepultamentos. Uma parte dos amazonenses segue confinada e outra fatia maior da população segue sem emprego, com fome e se aglomerando nas portas das Caixas Econômicas, em busca do auxílio emergencial.

Coronavirus – manaus
(Chico Batata/picture alliance via Getty Images/Getty Images)

O governo tenta consertar o estrago derramado, montando novos leitos, inaugurando hospital de retaguarda, baixou a bola e aceitou o dar de mãos da Prefeitura e da iniciativa privada. Em menos de três semanas, recebeu a visita de vice-presidente da República e do Ministro da Saúde, estes aportaram na cidade para ver se conseguem gerir o que está sem controle. Contudo, pasme, um Comitê de Crise conseguiu, em meio a essa loucura toda, fazer um cronograma para flexibilizar, a partir do dia 14 de maio, a abertura das lojas e o ir-e-vir das pessoas. Como pensaram nisso, meu Deus?

Continua após a publicidade

A sensação é que estou vivendo em uma cidade com dois mundos completamente diferentes. O Mundo do Caos, da morte, da dor da perda e o outro, um  Mundo Sem Gestão que embarcou em uma canoa desgovernada correnteza abaixo. Ai de ti, Amazonas.

*Mazé Mourão, amazonense, jornalista, editora do Portal Mazé Mourão

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.