De janeiro a setembro, 271 transgêneros foram mortos em 72 países
Brasil é o país com maior casos de mortes
De 1º de janeiro a 30 de setembro, 271 pessoas transgênero foram assassinadas em 72 países. O levantamento acaba de ser divulgado pela Transgender Europe, organização não governamental (ONG) austríaca. Os dados foram divulgados por conta do Dia Internacional da Memória Trans, celebrado anualmente no dia 20 de novembro, com o objetivo de homenagear as vítimas de transfobia.
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De acordo com o relatório, a maioria das mortes ocorreu em locais públicos ou com grande circulação de pessoas, como ruas (104); rodovias (12); litoral, rios ou sob pontes (13); hotéis, motéis ou drive-in (8); parques, praças públicas ou mercados (4); bares, restaurantes ou danceterias (6); salões de beleza ou barbearias (3) e ferrovias, estações de metrô ou de trem (2).
Brasil é o país com maior casos de mortes
Os dados mostram ainda que o Brasil é o país com o maior número de mortes. Até o final de setembro, 125 pessoas trans foram mortas em cidades brasileiras, número 9,61 vezes superior ao da Colômbia (13), segundo colocado no ranking da América do Sul.
Monitorado desde o início dos levantamentos, o cenário brasileiro não tem apresentado melhora. Em 2016, a ONG divulgou que o Brasil é a nação que mais mata transexuais e travestis no mundo. De janeiro de 2008 a março de 2014, foram registradas 604 mortes em todo o território nacional motivadas por transfobia, isto é, o ódio por indivíduos que se identificam como não pertencentes ao padrão cisgênero heteronormativo.
Desde 2011, terceiro ano de análise, o Brasil apresentou um congelamento nos registros de assassinatos, mas que permaneceram superiores a 100. Ao todo, o país já responde por 1.238 dos 2.982 casos contabilizados pela organização desde 2008, equivalente a 46,1% dos assassinatos analisados nos 72 países.
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