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Concurso de beleza em penitenciária vira tema de documentário estrangeiro

Miss penitenciária tem como objetivo ajudar condenadas a recuperar sua autoestima

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2016, 23h46 - Publicado em 18 jan 2016, 14h35

Autoestima é a chave para novas perspectivas. É neste conceito que se apoiam os criadores do concurso Miss Penitenciária.  Realizado todos os anos na Penitenciária Feminina de São Paulo, a maior prisão de alta segurança da América do Sul, o concurso tem como objetivo empoderar mulheres que se sentem diminuídas por terem sido privadas de sua liberdade.

As participantes que concorrem ao título estão atualmente cumprindo longas penas por crimes relacionados com o tráfico de drogas, sequestro e até assassinato. O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo. O que inclui cerca de 600 mil mulheres encarceradas em 2015. Deste montante, cerca de 80% das presas foram condenadas por crimes relacionados aos parceiros ou filhos.

Para conhecer a iniciativa, a equipe de reportagem do Broadly veio ao Brasil para acompanhar os detalhes do concurso, aulas de passarela e preparação de roupa e maquiagem.

Uma das entrevistadas foi Nairajane de Lacerda, de 27 anos. Ela foi presa por tráfico e deve cumprir uma pena de três anos. O filho mais novo, José Vinicius, nasceu com uma complicação e precisava de uma cirurgia óssea, que custava cerca de R$20 mil. Desesperada, ela cedeu à pressão dos traficantes que conhecia e se envolveu em tráfico internacional. A experiência no crime terminou antes mesmo de começar. No aeroporto, as drogas foram encontradas na mala e ela foi presa.

Para Julinho do Carmo, organizador criativo do concurso, a experiência auxilia as mulheres a fugirem da realidade dura da penitenciária, ainda que por pouco tempo, e recuperarem sua autoestima, escapando temporariamente da monotonia de sua vida atrás das grades.

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A dinâmica do concurso é semelhante a de outros concursos de beleza. Um grupo de juízes analisa os padrões de beleza e conduta para escolher a vencedora. Entre os itens avaliados estão personalidade, carisma, talento e também sua conduta na prisão.

Reprodução Broadly / Vice
Reprodução Broadly / Vice ()

A competição inclui ainda uma categoria de Mister Simpatia, voltada para as transexuais que cumprem pena no local.

O concurso, apresentado por Raul Gil e Ana Hickmann, foi um dia de festas para as detentas, com direito a show com dançarinos sem camisa, que rebolavam músicas como “Lepo Lepo” e “Hit da Muriçoca”.

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Espanta-se quem pensa que o concurso na cadeia acontece em situação precária. O evento conta com uma estrutura sofisticada. Os trajes usados para os desfiles, como vestidos de gala e maiôs, foram doados por patrocinadores. Um cabeleireiro fez penteado e maquiagem em todas as 24 candidatas. Além de detentas paulistas, disputaram as faixas estrangeiras da Espanha, Paraguai, Moçambique, África do Sul, Inglaterra, Tailândia, Rússia e Venezuela.

Condenada a 7 anos e 7 meses de prisão por tráfico de drogas, a sueca Falida Djonni Dahlgren foi eleita a Miss Beleza Internacional 2015 da Penitenciária Feminina da Capital, na Zona Norte de São Paulo.  Esperançosa, ela se enche de sonhos para o dia em que deixar a prisão e reflete: “Não é porque você fez algo ruim que você é uma pessoa ruim”, disse.

 

 

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