Caso Marielle: PM e advogada viram réus por “atrapalharem” investigação
O policial militar Rodrigo Jorge Ferreira e a advogada Camila Lima Nogueira são suspeitos de integrarem uma organização criminosa

Caso Marielle
Marielle Franco foi morta quando saía de um evento na região central do Rio de Janeiro. Na última terça (12) foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz por suposto envolvimento no crime. O primeiro teria atirado em Marielle e em Anderson e o segundo seria quem dirigia o carro.
O veículo usado para o crime foi um Chevrolet Cobalt com placa de Nova Iguaçu e era clonado. Os criminosos emparelharam o carro dirigido por Anderson e efetuaram 13 disparos. Marielle levou quatro tiros na cabeça e o motorista foi atingido por ao menos três balas nas costas. No carro também estava a assessora de Marielle, que foi atingida por estilhaços.
Os investigadores mantêm silêncio sobre o rumo das apurações. Eles não descartam, contudo, a possibilidade de um outro indivíduo estar no carro dos criminosos nem de o crime ter sido encomendado.
Cerca de dois meses após os assassinatos, o jornal O Globo publicou uma matéria em que testemunhas relacionaram o crime ao vereador Marcello Siciliano (PHS) e ao ex-PM e miliciano Orlando Curicica. Os dois negam envolvimento na morte da vereadora e do motorista.
O então secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, disse em dezembro que Marielle foi morta pela milícia atuante no Rio de Janeiro por uma disputa de terras. Segundo ele, os milicianos se sentiam ameaçados pelo ativismo da vereadora.
“Era um crime que já estava sendo planejado desde o final de 2017, antes da intervenção”, disse o secretário ao Estadão em 14 de dezembro em referência à intervenção militar na cidade.
Cinco pessoas chegaram a ser presas no dia 22 de janeiro, entre eles um major da PM e um tenente reformado, por envolvimento em grilagem de terras na Zona Oeste do Rio.