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Budismo: saiba mais sobre a filosofia budista

Mais do que uma religião, os ensinamentos de Buda é uma filosofia de vida que nos ajuda a perceber a impermanência de tudo o que existe e a lidar melhor com as transformações, doenças e perdas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 19h42 - Publicado em 9 jul 2012, 22h00
Reportagem: José Tadeu Arantes e Ana Paula Andrade - Edição: MdeMulher
Reportagem: José Tadeu Arantes e Ana Paula Andrade - Edição: MdeMulher (/)
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Quem busca bem-estar e autoconhecimento encanta-se com a filosofia budista. Ela não promete milagres, prega valores como ética e desapego e mostra que lavar pratos também é importante para a evolução espiritual, a ser perseguida aqui e agora
Foto: Getty Images

“A salvação não vem lá de cima, vem de si mesmo, do autoconhecimento”, diz a monja budista Yvonette Gonçalves. Afirmações como essa – simples e diretas – explicam por que o budismo atrai hoje gente de todos os credos e até ateus convictos. Mais do que uma religião, os ensinamentos de Buda são encarados como uma filosofia de vida que nos ajuda a perceber a impermanência de tudo o que existe e, desse modo, a lidar melhor com as transformações, doenças e perdas.

Combinando práticas eficazes, como a meditação, com uma ética que engloba o respeito a si mesmo, aos outros e a todos os seres vivos, o budismo oferece a seus seguidores a perspectiva de superação do sofrimento. “O primeiro passo consiste em parar e olhar para si próprio”, ensina a monja Yvonette. Mas o que significa praticar o budismo sem ser devoto? Os principais ensinamentos de

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Buda são as “quatro verdades nobres”. Em linguagem moderna, elas afirmam que: o sofrimento é inevitável; sua origem vem do apego excessivo aos desejos; para superar o sofrimento, deve-se eliminar o apego; elimina-se o apego por meio de práticas corretas. Tais práticas compõem um amplo leque de opções, que vão da recitação de frases poderosas (mantras) à meditação, do estudo dos textos tradicionais ao trabalho em benefício dos outros. O indivíduo deve buscar as práticas que mais combinem com o seu temperamento. E não é necessário renunciar à religião de origem para tirar proveito delas.

Não acredite, experimente

No budismo, ninguém está preocupado em cultuar uma divindade, mas em vivenciar o aprendizado. Afinal, o próprio Buda não era um deus, e sim um homem, que teria dito aos discípulos: “Não acreditem em nada do que eu digo; testem por si mesmos”. Na visão da psicóloga Bel César, “quando nos tornarmos um exemplo vivo dos ensinamentos, não há necessidade nem mesmo de nos considerarmos budistas”.

Autora de vários livros e mãe do jovem lama Michel Rimpoche, que hoje reside na Itália e difunde as lições pelo mundo todo, Bel dirige a organização Vida de Clara Luz, entidade não-religiosa orientada pela ética budista. Uma de suas principais atividades é ajudar pacientes terminais a enfrentar a perspectiva da morte. “Eles me ensinaram a ver a necessidade dos outros sem confundir compaixão com co-dependência. Quando os acompanho, tenho que abandonar qualquer ilusão de controle e poder. A pessoa que pratica o budismo e não se empenha no autoconhecimento corre o sério risco de fazer essa confusão”, pondera. É bom lembrar que a palavra buda significa “iluminado” – a clareza interna é fundamental
 

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