Brasileiro que confessou ter esquartejado família é julgado na Espanha
Diagnosticado com personalidade psicopática, o homem deve ser o primeiro a depor
O julgamento do brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia, 21 anos, acusado de matar dois tios e dois primos em agosto de 2016, começou nesta quarta-feira 24 em Guadalajara, na Espanha.
A audiência deve durar uma semana, com depoimentos do assassino confesso, chamado de “esquartejador de Pioz”, e de dezenas de testemunhas, além de investigadores e legistas. O primeiro a falar será o brasileiro.
François confessou os assassinatos que cometeu no dia 17 de agosto de 2016, na cidade de Pioz, próxima a Guadalajara, quando ainda tinha dezenove anos.
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Em exame psicológico, o criminoso foi descrito como de perfil de personalidade psicopática, manipulador, egocêntrico e sem empatia.
No dia dos assassinatos, o brasileiro foi à casa dos tios com uma faca afiada, sacolas plásticas e fita de vedação. Suas vítimas foram Janaína Santos Américo, 39 anos, os dois filhos do casal, de 1 e 3 anos e o tio materno, Marcos Campos, 40 anos.
Todos foram mortos da mesma forma: François cravou uma faca no pescoço de cada um, rompendo a artéria aorta e a jugular, provocando uma perda rápida de sangue. Depois, os adultos foram esquartejados e os pedaços dos corpos foram colocados nas sacolas plásticas.
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Logo após o crime, o brasileiro limpou tanto a casa, quanto a si mesmo. E então, ele esperou para pegar o ônibus de volta na manhã seguinte, de acordo com documentos judiciais.
Os corpos foram encontrados dali um mês, quando um funcionário da manutenção percebeu o odor vindo da residência da família. Após a descoberta dos corpos, Nogueira fugiu em 20 de setembro para João Pessoa.
No dia 19 de outubro, no entanto, François retornou a Espanha e entregou-se voluntariamente. Sua família o teria convencido de que era melhor ser condenado na Espanha que no Brasil.
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Segundo documentos judiciais, enquanto cometia os crimes, o brasileiro ainda trocou mensagens com um amigo no Brasil, Marvin Henriques. Ele, por sua vez, dava conselhos e mensagens de incentivo, enquanto recebia fotos dos cadáveres e relatos dos crimes.
Henriques está em liberdade provisória e aguarda o julgamento como cúmplice.
Já François, pelos assassinatos das duas crianças, recebeu a pena de prisão permanente com possibilidade de revisão ( a condenação máxima na Espanha). Ainda assim, esse tipo de condenação pode ser revisto após 25 anos de prisão.
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A Promotoria ainda pede 20 anos de prisão por cada assassinato dos tios. Na época, o casal recebeu seu sobrinho quando ele chegou a Espanha, em março de 2016, sonhando com a carreira de jogador de futebol.
Em uma entrevista à TV espanhola Antena3, em novembro de 2016, Patrick contou que o crime foi premeditado.
“Três dias antes, segui necessidade de matar. Isso acontece com frequência, desde os 12 anos. Quando acontece, eu bebo muito”, disse. “Matei os quatro porque me parecia cruel matar só o Marcos. Não ia deixar uma família sem marido e sem pai. Eles não sofreram, não resistiram, não gritaram. Foi muito rápido”, contou o réu.
A defesa de François tentará reduzir a condenação com a alegação de “transtorno mental transitório” e o atenuante da confissão.
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