Aos 7 anos, Ítalo Augusto foi morto na frente de casa no RJ
O garoto brincava com mais seis crianças quando foi atingido na cabeça por uma bala perdida
Em fevereiro, Ítalo Augusto completou sete anos de idade e fez o seu último pedido em vida: uma festa de aniversário. Em entrevista à Globo, sua prima contou que o desejo não deu tempo de ser realizado. “Então vou fazer no quintal [ disse sobre a decisão de Denise Castro, mãe de Ítalo], já que não tem salão, mas aconteceu isso e a vida do menino foi interrompida dessa maneira”, explicou Patrícia da Silva.
Na noite desta terça-feira (30), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o menino brincava na frente da sua casa com mais seis crianças, segundo Patrícia, quando começou um tiroteio. Ao ver o filho deitado, Denise pediu para o filho levantar. “Quando ela pegou ele no colo, já tava todo ensanguentado”, disse a prima de Ítalo, que era o caçula de três irmãos. Segundo testemunhas, o tiro atingiu a cabeça do menino, que foi socorrido por vizinhos e familiares.
Segundo informações da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, Ítalo Augusto chegou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro, cerca de 20h30, sem vida.
Beatriz Castro, irmã e madrinha de Ítalo, usou as redes sociais para externalizar a dor pela perda do irmão. “Eu te amava tanto. Você era como um filho para mim. Além de irmã, eu era a sua madrinha. Eu não quero acreditar que você morreu desta forma”, escreveu. Segundo ela, o enterro será na manhã desta quinta-feira (2).
Para o UOL, Jurema da Silva, tia-avó de Ítalo, descreveu um pouco da rotina e do jeito dele. “Era uma criança que quase não saia de casa. Ia para a igreja com a família. Um garoto que adora dançar. Difícil acreditar que isso aconteceu (…). Estou com medo da minha sobrinha fazer loucura. A gente vai ter que ficar agarrado nela”, afirmou.
Por meio de uma nota ao veículo, a polícia explicou que no momento havia um patrulhamento na região, que é considerada calma pelos moradores, até que um motociclista disparou contra os policiais e fugiu. “Ao cessar a situação, foi informado que uma criança havia sido ferida. Os policiais apoiaram o socorro, que estava sendo feito pelas pessoas do local. Na unidade de saúde, infelizmente, o menino faleceu. A ocorrência foi encaminhada para registro na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense”, dizia a nota. Jurema confirmou a versão. “A polícia tava parada. Não vamos botar a culpa na polícia. Não fizeram nada”.