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Acredite: as fotos de comida nas redes sociais fazem você engordar

Isso mesmo! Estudos comprovam que as imagens de guloseimas postadas no Instagram ou Facebook nos fazem procurar alimentos com mais açúcar e gordura

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 out 2016, 22h07 - Publicado em 25 nov 2015, 14h16
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Que atire o primeiro brigadeiro quem nunca perdeu alguns minutos admirando fotos de guloseimas despudoradamente calóricas no Instagram ou no Facebook.

Não é à toa que o food porn tem feito cada vez mais adeptos. O termo em inglês é utilizado para expressar o prazer quase sexual que imagens de pratos saborosos podem causar. Basta navegar por alguns minutos para observar que a regra é simples: quanto mais calórica a comida fotografada, mais curtidas a imagem recebe. Afinal, nós comemos com os olhos. Mas cuidado: o hábito de admirar imagens de comida pode levar ao ganho de alguns quilinhos bem reais.

A explicação é simples. O que começa com o inocente compartilhamento de fotos de guloseimas, termina com buscas por novas receitas ou ainda visitas ao restaurante em questão para não ficar passando vontade.  

Uma pesquisa recente comprovou que as redes sociais vêm mudando nossos hábitos alimentares para pior. “O aumento da exposição a imagens de comidas deliciosas está acabando com nosso autocontrole”, afirma o psicólogo britânico Charles Spence, professor da Universidade de Oxford. Em parceria com o chef Heston Blumenthal, dono do restaurante The Fat Duck, na cidade inglesa de Bray, um dos melhores do mundo, ele tem feito experimentos para estudar como a visão e outros sentidos afetam a forma de o cérebro lidar com comida – o nosso conhecido “olho maior que a barriga”.

“Nosso cérebro parece programado para prestar atenção a comidas ricas em gordura”, afirmou Spence. Acredita-se que seja um mecanismo evolutivo. Nosso cérebro tem facilidade para detectar fontes de energia mais calóricas. É uma estratégia da natureza para aumentar as chances de sobrevivência. Um experimento de Spence mostrou que voluntários eram muito mais rápidos para enxergar um ponto numa tela quando ele aparecia onde antes estava a imagem de uma comida calórica.

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Este não é um estudo inédito, no entanto. Uma pesquisa publicada neste ano pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que colocavam em prática as receitas vistas nas redes sociais ou em programas de culinária eram mais gordinhas. “Aqueles que relataram assistir a programas de culinária e cozinhar com frequência pesavam 5,2 quilos a mais do que aqueles que assistiam, mas não cozinhavam”, diz a psicóloga Lizzy Pope, autora do estudo.

Os gordinhos ainda são os mais sensíveis às imagens de comida. A compilação de vários estudos de ressonância magnética funcional, que flagra o cérebro em funcionamento, revelou que nos obesos há maior ativação de áreas cerebrais ligadas ao sistema de recompensa, como a ínsula, e a regiões que controlam a tomada de decisões, como o córtex orbitofrontal. Um estudo publicado por cientistas australianos em 2014 mostrou que o cérebro dos obesos era ativado pelas imagens de comida mesmo quando eles não estavam com fome.

Para quem não quer sabotar a dieta, a solução é trocar o brigadeiro por uma salada – tanto no mundo digital quanto no real.

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