Academia do Oscar busca ampliar diversidade e convida brasileiros
A diretora Anna Muylaert está entre os convidados – quase metade são mulheres e não brancos
Foram anunciados novos nomes para integrar a Academia de Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, que premia o melhor do cinema todo início de ano. Entre os convidados, 11 são brasileiros, como a diretora Anna Muylaert, finalista do Prêmio CLAUDIA na categoria Cultura, (de “Que Horas ela Volta?”), o diretor Alê Abreu (do indicado a melhor animação este ano, “O menino e o mundo”). Todos os anos, são feitos, em média, 200 novos convites. Este ano, houve um salto para 683 convidados. A intenção da Academia é promover maior diversidade na premiação, após críticas por não indicarem nenhum ator ou atriz negros no último Oscar. 46% dos convidados são mulheres e 41% não são brancos.
Além dos dois diretores, os outros brasileiros convidados são: o produtor Rodrigo Teixeira (“Alemão” e “Frances Ha”); o diretor de fotografia Lula Carvalho (“Tropa de Elite” e “RoboCop”); os montadores Pedro Kos (do documentário vencedor do Oscar “A pedra Tahrir”) e Affonso Gonçalves (do premiado “Carol”); os compositores Antonio Pinto (“A Hospedeira”) e Marcelo Zarvos (“A Escolha); o chefe de animação Renato dos Anjos (responsável por “Frozen”); a roteirista Vera Blasi (de “Imperador”); e o ilustrador Rodolfo Damaggio (“Homem de Ferro”).
Dentre os convidados, 283 são estrangeiros, representando 59 países. Caso aceitem o convite, os novos integrantes se somam aos mais de 6 mil credenciados da Academia para voltar no Oscar 2017. Presidida por uma mulher negra, Cheryl Boone Isaacs, a Academia se esforça para ampliar a representatividade étnica entre os indicados. A revista ‘The Hollywood Reporter’ estima que 75% dos integrantes da Academia sejam homens; a porcentagem pode cair para 73% com os convites. Além disso, 92% são pessoas brancas; o número pode mudar para 89%.
Desde que começou a ser entregue, em 1929, o Oscar foi conferido a apenas 15 atores negros. A única vez em que um filme dirigido por um negro sagrou-se campeão na categoria Melhor Filme foi em 2014, com “12 anos de escravidão”.
Em outros anos, dentre os brasileiros foram convidados os diretores Walter Salles, Walter Carvalho, Fernando Meirelles, Bruno Barreto, José Padilha e Hector Babenco; as atrizes Sonia Braga e Fernanda Montenegro; e os documentaristas João Moreira Salles e Eduardo Coutinho.
Leia também: Essa foto do Oscar mostra o quão branca é a premiação – e por que isso é um problema