A pequena gigante: os vôos da ginasta Rebeca Andrade
Só nos resta saber se a ginasta alcançará o ouro nas finais individuais, que acontece nessa próxima quinta (11), com direito a uma nova acrobacia – prometida por ela – que, após a execução, será batizada com seu nome.
Quem viu os saltos da ginasta Rebeca Andrade, de 17 anos, durante a classificação da ginástica artística, na terça (9), talvez não enxergue claramente todos os desafios vencidos por esta pequena gigante – que levantou a plateia com um solo cheio de ginga entoado por duas cações de sua cantora favorita, Beyoncé: Crazy in Love e Single Ladies. O tombo na execução da última diagonal, na final por equipes na terça-feira (9), foi minúsculo perto de tantos outros que ela já teve a coragem de superar: duas fraturas – uma no tornozelo e um rompimento extremamente delicado no joelho quase a afastaram de seu maior sonho: estrear nos Jogos Olímpicos.
Leia mais: O que não pode faltar no cardápio de Flávia Saraiva, destaque da ginástica brasileira.
Foi necessário muito empenho por parte dos técnicos para tentar levantar os ânimos da pequena, que apresentava sinais de depressão durante os 6 meses de recuperação após a cirurgia no joelho. O motivo? Não estar apta à competir no Pan-Americano de Toronto e no Mundial de Ginástica de Glasgow, na Escócia, em 2015 – ambas as provas valiam uma vaga na Rio 2016, conseguida, posteriormente, em evento realizado na Arena Olímpica, no qual o Brasil ficou entre os 4 melhores colocados.
Leia também: “Desejar que eu seja estuprada, que minha mãe morra, que me afogue ultrapassa os limites”, desabafa Joanna Maranhão.
Clique na foto e veja na íntegra o vídeo da apresentação da ginasta!
Aos seis anos teve seu primeiro contato com o esporte. Sofreu todas as privações de uma infância pobre em Guarulhos: não conseguia ir aos treinos e não tinha condições financeiras para financiar a carreira de atleta. Mas tudo começou a melhorar quando a treinadora Kelly Kitaura conheceu a pequena – e depois de um trato com a mãe de Rebeca, Rosa, levou a menina para que pudesse para competir pelo Flamengo no município de Três Rios, no Rio de Janeiro; junto com outras garotas que dividiam, além da mesma casa e tutora, o mesmo sonho: participar das Olimpíadas.
Leia também: Rafaela Silva é ouro para o Brasil! Conheça sua história de superação.
Em entrevista ao Fantástico, concedida em 2013, um ano depois de ter recebido o título de campeã do Troféu Brasil de Ginástica Artística, vencendo nomes renomados como Jade Barbosa e Daniele Hypólito, ela declarou seus dois maiores objetivos de vida: “Dar uma casa muito bonita para a minha mãe e chegar até 2016 para dar um ouro para o Brasil“. O novo lar para sua família já está sendo construído, agora só nos resta saber se a nossa pequena gigante “Rebeyoncé” (como ela mesma diz) alçará o voo dourado nas finais individuais, nesta quinta-feira (11), – ccom direito a uma nova acrobacia – prometida por ela – que, após a execução, será batizada com seu nome.
Veja também: Essas atletas fugiram da guerra e lutaram contra o preconceito para competir nas Olimpíadas.
Em publicação no Instagram, a atleta escreveu: “Agradeço a Deus e a todos pela torcida. Foi muito bom me apresentar mais um dia e mesmo com uma queda não deixar a peteca cair. É a minha primeira Olimpíada e eu fiquei junto com a minha equipe em oitavo lugar. Somos a oitava melhor equipe do mundo. Apesar dos erros estou muito feliz! Obrigada pessoal e quinta-feira tem mais Rebeyoncé! E um agradecimento especial a todos os treinadores, fisioterapeutas, psicólogas, nutricionistas, ginastas, amigos, família etc…OBRIGADA.”
Leia mais: Por que você precisa conhecer a atleta Yusra Mardini.