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A paixão pode fazer o nosso cérebro encolher

Cientistas japoneses identificaram diferença na massa cinzenta de jovens apaixonados e daqueles distantes da paixão

Por Da Redação
Atualizado em 15 dez 2016, 16h26 - Publicado em 15 dez 2016, 16h22
 (Wavebreakmedia Ltd/ThinkStock)
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Você já fez loucuras quando estava apaixonada? Pelo jeito, este é um efeito mundial. E para entender porque o amor mexe tanto com a nossa cabeça, neurocientistas do Instituto Nacional de Ciências Fisiológicas, no Japão, observaram o cérebro de jovens apaixonados e compararam com jovens distantes da paixão.

Eles recrutaram 113 voluntários: metade deles estava em relacionamentos há pelo menos um mês e o outro grupo era de solteiros. Os voluntários passaram por ressonâncias do cérebro e responderam a um formulário sobre felicidade naquele momento. Os resultados indicaram que as pessoas que tinham acabado de entrar em um relacionamento novo eram as mais felizes – e, por coincidência, tinham uma área específica do cérebro reduzida em comparação ao órgão dos solteiros.

Leia também: Por que a perdemos a paixão pelo outro e como resgatá-la?

Os pombinhos tinham menos massa cinzenta em uma área chamada de corpo estriado dorsal, parte do cérebro envolvida no sistema de recompensa. Esse sistema é responsável por nos fazer sentir bem, processando estímulos positivos – seja fazer sexo, comer chocolate ou usar drogas, por exemplo.

Os cientistas não sabem explicar porque o corpo estriado dorsal dos apaixonados recentes era menor, mas a teoria deles é que essa parte do cérebro encolhe em resposta aos “sintomas do amor”. Isso porque a massa cinzenta é uma das estruturas do cérebro que é alterada ao longo da vida, de acordo com a experiência individual de cada um.

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O que essa diferença de tamanho sugere é que o corpo precisa se adaptar ao estado de “felicidade total” que nos acomete nas primeiras fases de um relacionamento amoroso, para não sobrecarregar o sistema de recompensa. Afinal, se a pessoa sorri só de pensar no amado, a massa cinzenta precisa segurar o tranco e a diminuição do corpo estriado poderia ser uma tentativa de equilibrar as coisas.

Veja também: Dos 20 aos 60 anos: mulheres contam como é se apaixonar em diferentes fases da vida

Para ter certeza mesmo, os pesquisadores precisam testar se existem alguma mudança na função neurológica causada pela mudança estrutural do corpo estriado dorsal. Aí sim, saberíamos com certeza se esse encolhimento tem alguma coisa a ver com a felicidade e o amor. Além disso, seria importante acompanhar a forma dessa área cerebral ao longo da vida de alguém, para ter certeza que ela encolhe mesmo. De outra forma, temos o problema da correlação: pode ser, por exemplo, que pessoas com um corpo estriado menor tenham uma tendência natural a se apaixonar.

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