3 atitudes que acabam com a ansiedade moderna
A ansiedade moderna é temperada por necessidades aflitivas devido ao excesso de informação e apelo de consumo. Conheça então 3 atitudes que ajudam a sair do modo ansioso
A ansiedade moderna é provocada pelo excesso de informação
Foto: Dreamstime
Cada época tem a ansiedade que merece, e a do nosso tempo é temperada por necessidades aflitivas: estamos acossadas por informação demais, apelos de consumo demais, escolhas demais. Em vez de se deixar imobilizar, identifique e enfrente esses inimigos que transformam a vida numa panela de pressão prestes a explodir
Imagine que, neste exato momento, seus amigos postam mensagens no Facebook, a übermodel Gisele Bündchen exibe o corpão esculpido pós-gravidez num outdoor de lingerie, seu marido chega em casa certo de que haverá jantar, sua filha faz aula de balé, seu chefe espera o projeto que você prometeu entregar na quarta-feira, sua grife dos sonhos lança uma coleção exclusiva naquele magazine do shopping.
Cada um desses fatos (que são apenas uma parte do que acontece o tempo todo na sua vida) inunda sua mente com pensamentos, preocupações, cobranças, desejos: “Ainda nem tenho um perfil no Facebook!”, “Preciso me matricular na academia”, “Esqueci de ir ao supermercado…”, “Daqui a 20 minutos saio para pegar a pequena no balé”, “Não posso atrasar o projeto”, “Tenho de renovar meu guarda-roupa já”. Tudo isso “ao mesmo tempo agora” gera ansiedade.
“Hoje somos excessivamente estimuladas com demandas. Se não tomarmos cuidado, acabamos espremidas feito laranja”, alerta a psicoterapeuta Isabel Labate, professora da PUC-São Paulo. É fácil saber se você está chegando a esse estágio. “O desempenho das tarefas cotidianas, o bem-estar, o trabalho, as relações sociais – tudo fica comprometido”, aponta o psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, supervisor do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Também gera sintomas físicos – insônia, palpitações, medos exagerados, tontura, falta de ar -, comportamentais (como o isolamento) e doenças como depressão e distúrbios cardiovasculares. Antes de atingir esse ponto (ou até para sair desse estado), conheça o que é possível fazer para não se deixar paralisar por ela.
3 atitudes que soltam a trava
Os caminhos para sair do modo ansioso e achar o equilíbrio…
1. Ser autêntica
Olhar para si mesma e decidir o que realmente importa na sua vida. Desligar-se do corpo da top model, da carreira de sucesso da amiga, dos blogs que não teve tempo de visitar. “Para entrar em contato com sua essência e descobrir o que faz você ser única, autêntica, fique um momento em silêncio”, ensina a psicoterapeuta Isabel Labate. “Só parando é que você perceberá por que está perdida. E tem a chance de desacelerar. Ao parar, você cria respostas mais adequadas às situações”, ensina Regina Frave.
2. Agir hoje e já
Quando você tem milhares de missões (aquela lista de “tem quês”), procure não focar na dificuldade que será dar conta de tudo. Comece a agir. “Quando vivemos o presente, não pensamos nas aflições e mágoas do passado e minimizamos a ansiedade pelo que vai acontecer no futuro”, diz Márcia De Luca, autora do livro Ayurveda – A Cultura de Bem-Viver (Editora de Cultura). Como fazer isso? Focando em uma atividade de cada vez. Quando escovar os dentes, simplesmente escove os dentes; quando lavar louça, simplesmente lave a louça. Caso a mente se disperse, devolva o foco para aquela ação. É um treino. E como fica o futuro?
Márcia sugere fazer uma lista de metas, com detalhes, escrevendo todas as ações como se já tivessem acontecido e acreditando que isso seja possível. Depois, desligue-se dela e volte ao que deve fazer já. “Se não vivermos o presente, a vida deixará de ser uma aventura e será apenas uma necessidade obsessiva de chegar a algum lugar ou fazer algo”, diz o conselheiro espiritual Eckhart Tolle, no livro O Poder do Agora (Sextante).
3. Descontrole do bem
Descentralizar sua vida e permitir que o marido, a babá, a colega do trabalho a substituam aqui e ali ajuda a descarregar o peso. “Achar que tem o controle da situação é ilusão”, avisa Bernard Rangé, professor de psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O controlador fica em vigilância, gasta energia e pode cair em exaustão.” Não se trata de jogar tudo para o alto. Pense em uma viagem. Você compra passagem, reserva hotel, organiza passeios. No meio dela, porém, pode ficar doente. O desafio é exercitar a flexibilidade para acomodar – imprevistos.