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Utilitarismo e volume marcam a nova coleção de Weider Silveiro

Assista ao filme da marca e inspire-se para usar estas tendências

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 dez 2020, 22h29 - Publicado em 2 dez 2020, 21h22
 (Weider Silveiro/Leo Fagherazzi/Reprodução)
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Piauiense, Weider Silveiro encontrou a primeira referência de moda dentro de casa com a avó, que era costureira de alfaiataria masculina. A Faculdade Federal do Ceará serviu de morada e estrutura para explorar o seu interesse pela criação. Nesse período, um de seus primeiros trabalhos, um vestido longo, que foi exposto na faculdade, gerou um convite para atuar profissionalmente em São Paulo, onde reside até hoje.

E as ruas da sua segunda cidade influenciaram na construção do fazer moda, em especial no resultado da coleção O Cruzo, apresentada na 47ª edição da Casa de Criadores. Em formato capsula, seis dos oito looks nasceram de croquis prontos da sua última coleção, mas que não foram divulgados. Um deles inclusive está no editorial de moda da CLAUDIA de novembro.

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O utilitarismo perpassa vestidos e blazers da coleção, que ainda entrega peças de alfaiataria, com proporções volumosas e brilho (Mylena Saza/CLAUDIA)

“Voltei a trabalhar em outubro, porque tinha parado para não expor os trabalhadores. Fiz as finalizações do que já tinha e cheguei ao resultado de peças com essa pegada do utilitarismo, mas com um ar feminino”, explica o estilista. Para Weider, seu processo de criação passa sempre por uma busca de referências urbanas e contemporâneas.

A essência da coleção é o lugar comum e os encontros, que são refletidos também no trabalho coletivo que levantou o projeto. Seus amigos Pedro Bazani, diretor de arte, e Leo Fagherazzi, arquiteto e fotógrafo, entraram nessa missão com ele, assim como a pesquisadora e curadora Andréia Matos, que também sugeriu essa abordagem de consonância.

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Sobre o evento que já é veterano, Weider aponta o caminho de descoberta. “Você chega cru e com os anos apura o seu tino comercial e autoral. O trabalho vai sendo lapidado”, afirma ele, que ainda integra o coletivo de estilistas negras do evento, o Célula Preta.

“Sempre tive esse olhar de inclusão e casting com mais negros e trans, além dos colaboradores. Não é uma luta que tenho de hoje. Da turma sou o mais velho, a troca é maravilhosa e cheia de aprendizado. Sou de uma geração que teve ficar calada para existir e ser aceito pelo universo da moda. Precisei ser mais passivo para eles [estilistas negros] fazerem o que fazem hoje”, desabafa o estilista.

Hoje, com o coletivo, Weider valoriza ainda mais o seu pioneirismo e a multiplicidade do ativismo. “Se eu tivesse desistido, os nossos não chegariam no lugar que ocupamos e outros não se sentiram representados. Admiro muito os meninos”, agradece.

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Assista ao filme da coleção O Cruzo, de Weider Silveiro:

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