Michael Kors vai abrir loja própria no Brasil
Estilista diz que sempre teve "uma conexão com as brasileiras"
O estilista Michael Kors
Foto: Getty Images
Sabe aquele relógio com pulseira de estampa de tartaruga que nove em cada dez famosas usam? Foi ele que criou. E as bolsas com as iniciais MK? Também. À frente de um império de mais de 200 lojas espalhadas pelo mundo, o estilista Michael Kors prepara-se para abrir seu primeiro endereço no Brasil.
“Desenho peças confortáveis, bonitas e de caimento perfeito”, diz, sem falsa modéstia. “É quase como mágica: quem se destaca é a pessoa, e não o que ela está vestindo.” Com essa fórmula, Michael construiu um império de 264 lojas espalhadas por 16 países.
E o Brasil está nos seus planos comerciais: em breve, um endereço próprio da marca deve ser inaugurado no Rio de Janeiro. “Sempre tive uma conexão com as brasileiras”, conta Michael. Confira trechos da entrevista do estilista à revista ESTILO:
Bolsas de inverno 2012 do estilista Michael Kors
Foto: Getty Images
Como o senhor consegue manter o estilo clássico de sua grife e mesmo assim atualizá-la?
Sigo o exemplo de Jaqueline Kennedy, que, para mim, foi uma das mulheres mais elegantes do século 20. Ela se vestia de forma consistente e sempre permaneceu fiel a seu estilo. Ainda assim, as décadas passavam e ela nunca parecia antiquada. Sempre procurei desenhar pensando no equilíbrio do yin-yang. Isso permite com que eu tenha uma assinatura e mantenha o frescor.
Além de Jackie Kennedy, quem são seus ícones?
Gosto de mulheres com personalidade. Alguns estilistas preferem aquelas que se comportam como a boneca Barbie: não dizem nada e se deixam vestir de qualquer maneira. Não é meu caso. Admiro Angelina Jolie, Michelle Obama, Gwyneth Paltrow e Blake Lively, por exemplo, que são mulheres ocupadas e que sabem o que lhes cai bem.
Gwyneth Paltrow usa longo preto do estilista Michael Kors
Foto: Getty Images
E como uma mulher comum pode aprender o que lhe cai bem?
É preciso ter uma visão de 360 graus do look. O ideal seria um espelho de três faces para saber como estão as costas, os lados e a frente ao mesmo tempo. Então, não economize tempo no provador! Mas o principal é o seguinte: quando alguém disser que você está bonita, pare e tente descobrir qual o motivo. Pode ser uma cor, um modelo de roupa. Se toda vez que você coloca os ombros de fora alguém elogia, use mais tops sem manga. Para as celebridades, é mais fácil ter essa noção, pois elas são fotografadas o tempo todo. Vale recorrer ao mesmo recurso e clicar suas produções também.
É possível estar sexy, chique e confortável ao mesmo tempo?
Claro! No mundo de hoje, ninguém deve abrir mão de nada ao se vestir. Faço um sapato de salto alto com que a mulher realmente pode andar o dia todo. Sou prático e indulgente. As pessoas têm uma vida ocupada, mas não querem abdicar do luxo. Pode, sim, haver glamour nas situações menos prováveis. Por que não se sentir sensual em uma ida ao supermercado? Acho possível!
É verdade que o senhor considera bobagem a história de que uma mulher deve se vestir de acordo com a idade?
Trata-se de uma regra boba. Mulheres de 60 e 70 anos, que têm braços fabulosos, podem exibi-los à vontade. Por outro lado, se uma jovem de 17 anos não tem pernas bonitas, deve investir em calças. O importante é valorizar os pontos fortes do corpo.
As brasileiras amam suas roupas e acessórios. Qual o motivo de seu sucesso por aqui?
Sempre tive uma conexão com as mulheres brasileiras. Por serem ao mesmo tempo chiques, casuais e esportivas, minhas criações combinam com o modo de vida do Brasil. De Dalma Callado a Gisele Bündchen, as modelos brasileiras com quem trabalhei se tornaram inspirações. Elas entendem que é possível ser elegante e se divertir.