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Ana Isabel Carvalho Pinto traz o second hand para o hub da Shop2gether

A empresária passa a navegar também na segmentação de brechós de luxo em seu e-commerce

Por Raíssa Basílio
22 jun 2023, 10h53
Ana Isabel de Carvalho Pinto, diretora de marketing e cofundadora do Icomm Group e do Shop2gether
Ana Isabel de Carvalho Pinto, diretora de marketing e cofundadora do Icomm Group e do Shop2gether (Icomm Group/Divulgação)
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Os brechós estão com tudo! Recentemente, publicamos aqui em CLAUDIA sobre o crescimento das lojas focadas em second hand, e mais uma marca acaba de anunciar a vontade de explorar essa segmentação do mercado de moda. Pensando no consumo sustentável, a Shop2gether, do Icomm Group, passa a agregar em seu hub peças usadas de luxo, frente que ganhou o nome de 2ndshop.

O Icomm Group foi fundado em 2017 e surgiu da fusão entre os e-commerces Shop2gether e OQVestir. A equipe conta com 350 pessoas e mais de 350 marcas em seu portfólio. Em 2022, o grupo registrou um faturamento de R$ 300 milhões no último ano e planeja crescer mais 15% ao longo de 2023.

Para entender melhor essa nova fase do empreendimento, conversamos com Ana Isabel de Carvalho Pinto, diretora de marketing e cofundadora do Icomm Group e do Shop2gether.

Ana Isabel de Carvalho Pinto, diretora de marketing e cofundadora do Icomm Group e do Shop2gether
Ana Isabel de Carvalho Pinto, diretora de marketing e cofundadora do Icomm Group e do Shop2gether (@anaisabelcarvalhopinto/Instagram)

A ideia da cofundadora é que, através de uma curadoria internacional de marcas já bem visadas no mercado, o conceito de peças usadas seja popularizado entre os brasileiros. “Nosso desejo é que no futuro, nossas clientes se sintam à vontade para colocar suas peças à venda dentro do Shop2gether”, conta. Confira abaixo a entrevista com Ana Isabel Carvalho Pinto.

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O Shop2gether nasceu em 2012, era uma época que o e-commerce ainda era uma novidade. Como foi essa concepção?

Lançamos o projeto em um modelo MVP para estudar o mercado, entender como o cliente se comportava e o que ele sentia falta. Percebemos que ele sentia falta de uma comunicação mais voltada para moda. O e-commerce naquela época era muito focado em clube de compras e oportunidades de preço e pouquíssimo em conteúdo institucional e de moda. Com isso, montamos o que seria um shopping center no digital com conteúdo de moda e priorizando a comunicação individual de cada marca. Era um hub de diversas marcas e conceitos que passavam para o cliente uma experiência de moda completa. 

E o que você sentia falta no mercado na época?

Em 2012, não era comum encontrar marcas que estivessem de maneira sólida no digital. O Shop2gether nasceu como uma solução para digitalizar marcas que só tinham pontos físicos. A ideia no início era montar microambientes para as marcas, cada um com a sua identidade para que elas pudessem trabalhar esses espaços como suas próprias lojas digitais. Hoje, esse modelo de negócio é conhecido como marketplace e está super difundido no mercado. De lá pra cá, crescemos e fomos mudando de formato até chegar ao que é efetivamente hoje: um modelo híbrido. Trabalhamos com um modelo tradicional de retail, mas também com marketplace, em que integramos diversas marcas. Hoje, não desenvolvemos mais esse espaço específico para cada marca, uma vez que elas já têm sua independência digital, e assim, nós nos transformamos em um hub que agrega de outras formas, impulsionando o trabalho de novos designers para todo o Brasil.

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Pensando no consumo sustentável, a Shop2gether, do Icomm Group, passa a agregar em seu hub peças usadas de luxo, frente que ganhou o nome de 2ndshop.
Pensando no consumo sustentável, a Shop2gether, do Icomm Group, passa a agregar em seu hub peças usadas de luxo, frente que ganhou o nome de 2ndshop. (Cottonbro Studio/Pexels)

Como está sendo essa nova etapa focada no mercado de second hand?

Consideramos uma evolução natural do consumo e faz parte do nosso olhar para o futuro, que preza pela responsabilidade e quer privilegiar o consumo consciente. Começamos a pensar nisso há quatro anos, com o Change2gether, nossa vertical que promove marcas comprometidas com responsabilidade socioambientais e outras iniciativas que temos dentro de casa, como a negativação de carbono e a responsabilidade com o produto desde o primeiro click no nosso e-shop até o seu ciclo final. A ideia do 2ndshop agora é o início do que a gente espera que seja esse projeto no futuro.

A ideia do second hand vem desse novo claim do mercado, de sustentabilidade? 

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Nós consideramos a agenda ESG [sigla em inglês para environmental, social and governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização] mais do que essencial para todas as marcas atualmente, tanto que acabamos de nos tornar carbono negativo e passamos a compensar o dobro do que produzimos. Além disso, o 2ndShop já nasce como integrante da vertical Change2gether, projeto que comentei anteriormente, e acreditamos que o cuidado com a nossa curadoria também atua como um dos nossos principais meios de garantir que marcas com pegada sustentável estejam ocupando cada vez mais lugares de destaque.

A geração Z surge como uma impulsionadores dessa nova guinada no mercado da moda.

Apesar disso, nossa iniciativa vem muito mais de uma preocupação enraizada na nossa companhia, que se preocupa em permear toda a cadeia e vida útil de uma peça e se responsabiliza para que estejamos presentes durante todo esse ciclo: seja com embalagens biodegradáveis, fomentação de marcas sustentáveis, cadeia logística inteligente, oferecimento gratuito de coleta para doação de roupas (destinadas para o Bazar do Gerando Falcões) e agora, com a chegada do 2ndShop, possibilitando e facilitando um maior tempo de vida útil para esses produtos.

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Como funcionará a curadoria, a ideia é se manter no segmento de luxo vintage?

O 2ndshop é um projeto embrionário, que já nasce pensando em expansão e trazendo novos parceiros. Neste primeiro momento, contamos com 200 peças, entre bolsas, sapatos e roupas de marcas consagradas como Hermès, Chanel, Dior, Gucci e mais, em parceria com o Cansei e Vendi, mas, a ideia é também conectarmos outros grandes players do mercado à plataforma, de acordo com uma avaliação da melhor dinâmica para nosso público. Com o passar do tempo, nossa ideia é que ele também seja um canal para os nossos consumidores, que poderão revender os itens adquiridos no nosso e-shop, aumentando assim a vida útil das nossas peças e estimulando a economia circular.

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