Ana Hickmann fala sobre negócios, autoestima e sua volta às passarelas
Apresentadora não desfilava há oito anos; veja o que ela disse sobre sua carreira
Longe das passarelas há oito anos, Ana Hickmann voltou a desfilar nesta semana, na Fashion Eyes Week, evento promovido pela GO Eyewear. A modelo, conhecida por números estrondosos, conquistou as passarelas internacionais meteoricamente, com uma carreira iniciada aos 15 anos. Embora a moda a tenha lançado ao mundo, hoje não a resume: ela também tem empresas, trabalha na TV e está ativa na internet.
O desfile contou com marcas reconhecidas internacionalmente, como Gucci, Cartier, Chloé, Bottega Veneta, Saint Laurent e Evoke. Ana, que usou os óculos da marca que leva seu nome, a Ana Hickmann Eyewear, reconhece a importância de estar ao lado dessas gigantes. Aliás, ela não imaginava que isso pudesse acontecer, mesmo sonhando alto.
“São marcas icônicas, históricas, que possuem uma representatividade muito forte no mundo da moda e são responsáveis por lançar tendências. Então, estar ao lado delas é bom demais”, conta em entrevista exclusiva à CLAUDIA.
Na semana de moda de Paris, a apresentadora já havia vivenciado algo parecido, quando um produto de sua companhia foi exposto ao lado de Tom Ford, em uma ótica. “Aquela imagem me tocou, porque tempos atrás eu trabalhava como modelo para as grandes marcas, e, naquele momento, eu estava ao lado delas”, lembra, e diz alegre: “foi um momento emblemático, que marcava o trabalho realizado ao longo dos anos, muito importante tanto para o mercado brasileiro quanto para o da moda em geral, pois também somos responsáveis por lançar tendências dentro desse segmento.”
De modelo à empresária, apresentadora e criadora de conteúdo
A carreira de sucesso não foi imune a desrespeitos.”Fui descreditada por ser mulher, jovem e modelo. Isso na televisão, nos negócios, quando eu nem fazia ideia do que significava empreendedorismo. Então, fiquei mais forte, para mostrar que eu era capaz.”
Agora, ela estimula outras mulheres a empreenderem. “Não tenha medo do que os outros vão te dizer, porque vão falar que você está louca, perdendo tempo, que não vai conseguir nada e seu lugar é em casa. Mas se não sonharmos e formos atrás dos nossos desejos, não vamos sair do lugar”.
Esperar a perfeição também não é saída, na visão dela. “A gente vai errar, mas não podemos ter medo”, e completa dando dicas: “primeiro vá atrás da informação, se prepare. Depois, tente e voe.”
O poder dos óculos
Ana Hickmann Eyewear tem mais de 20 anos de história. Acreditar no potencial do óculos definitivamente ajudou a marca a se consolidar no mercado. Ele traz força, personalidade e autenticidade (pelo menos foi assim que a apresentadora resumiu a capacidade do acessório de transformar qualquer look).
Com o desfile, não podemos discordar! Dos modelos clássicos aos modernos, o item faz total diferença no que a produção transmite. Seja de sol ou de grau, brincar com eles, e usar não apenas como uma necessidade, mas sim como ferramenta de estilo, é o bacana, para ela.
A falta de autoestima, infelizmente, faz muitas pessoas não ousarem ou até mesmo usar o acessório para tapar parte do rosto. “O óculos tem o poder de levantar o seu semblante, mas também pode te esconder. Aí vai de você escolher o que quer. Eu parto do princípio que a gente tem que aparecer e brilhar, mesmo se estivermos tristes ou com algum problema”.
Ela indica: “Ao se olhar no espelho, procure algo que gosta em você, e use isso a seu favor”, e os acessórios podem te ajudar! “Óculos moldura os nossos olhos, então saber como utilizar te valoriza e faz você se sentir mais confiante. Um recorte de um óculos com a ponta mais alta te faz mais jovem, mais alegre, por exemplo. Um colorido também traz essa luz pra gente.”
Para chegar nas consumidoras, o trabalho exige busca de tendências, e a procura tem foco no Brasil, para ter a identidade do país e não apenas replicar o que acontece lá fora. “Tudo o que a gente consome aqui é feito em solo brasileiro. Algumas coisas usamos de fora, principalmente quando o assunto é tecnologia e matéria-prima. No geral, buscamos tendências que nos identificamos, porque precisa ressoar com a minha personalidade, com as coisas que eu falo”, explica a modelo.
Ana reconhece o papel da mulher no mercado de trabalho. “Minha equipe é composta por 95% de mulheres. Não porque eu decidi que fossem todas do sexo feminino, mas sim por conta da competência, sabedoria e porque, assim como eu, elas querem crescer.”
A internet também tem seu papel. “Antes tínhamos alguns lugares como referência para buscar informações, como a semana de moda e as revistas. A chegada do mundo digital amplificou isso, nos ajudando a enxergar outras pessoas, que entendem a moda de formas diferentes, o que faz com que essa indústria deixe de ser tão segmentada.” Com um bom filtro, balanceiam as tendências e sua identidade.