Sangria, ponche e clericot: entenda as diferenças e como fazer
Bem geladinhas, estas bebidas são ótimas para servir nas festas de fim de ano e também à toa nos dias mais quentes
Nossas festas de fim de ano são no verão e combinam mais com drinks geladinhos do que com o chocolate quente batizado com conhaque do Hemisfério Norte. Por isso, a sangria, o ponche e o clericot são sempre boas ideias para brindar com os amigos e a família.
Apesar de muita gente achar que os três são a mesma coisa, na verdade eles são bem diferentes. Têm em comum as frutas, que dão um visual super lindo às jarras e tigelas, mas as bases de suas receitas são bebidas alcoólicas distintas.
Entenda estas diferenças e aprenda a fazer sangria, ponche e clericot. Independentemente da sua escolha, brinde com muita felicidade e responsabilidade. Tim tim!
Sangria, uma bebida à base de vinho tinto
De acordo com a especialista em vinhos Célia Camperini, a sangria veio da Andaluzia (uma comunidade autônoma espanhola no sul da Península Ibérica). Seu nome remete ao derramamento de sangue das touradas, e foi provavelmente durante esses eventos que ela começou a ser servida entre o público menos endinheirado, que não podia se dar o luxo de tomar vinho tinto puro.
A base da sangria é o vinho tinto seco. Na receita original, a ele juntam-se frutas fatiadas ou cortadas em pedaços, refrigerante de limão (sabia que o refrigerante foi inventado no século 17?), açúcar e gelo.
Com o passar dos anos, ela foi sendo adaptada aqui e ali, e hoje outras bebidas alcoólicas, sucos e especiarias podem entrar na combinação. Também é permitido usar vinho tinto suave. A sangria é preparada e servida em jarras grandes.
Nesta receita brasileira de sangria, o conhaque dá um toque extra à bebida. E você ganha uma dica muito legal para fazer gelo com limão:
Já esta sangria portuguesa é bem incrementada: conta com martíni, vodca (ou aguardente), canela, hortelã e refrigerante de laranja, além dos ingredientes originais:
Ponche, como manda a tradição, é feito com rum
O ponche viajou bastante até chegar a nós. Especialista em drinks, o inglês Simon Higham conta que a bebida foi criada na Índia e levada à Inglaterra no século 17, durante a colonização britânica. Caiu nas graças da realeza e dos nobres, que a importaram para os EUA. Aos poucos, o ponche ganhou as Américas.
A bebida alcoólica base do ponche é o rum. Tradicionalmente, são colocados na tigela em que ele será servido (é em uma grande tigela, não em jarra) o rum, sucos e pedaços de frutas da época.
Assim como aconteceu com a sangria, o ponche ganhou variações ao longo dos anos, mas a base continua sendo o rum. E a tigela ainda é o recipiente ideal para prepará-lo – você deve transferir a bebida para os copos com o auxílio de uma concha.
Como no Brasil é muito comum a confusão entre ponche e sangria, recorremos a um vídeo do Jamie Oliver para aprender a fazer o ponche original, com rum. É em inglês e não tem legendas, mas é bem visual. Para te ajudar, segue a lista dos ingredientes em português; de resto, é só imitar a forma como ele faz.
– Muito gelo
– 200 gramas de blueberry
– 700 mililitros de rum
– 175 mililitros de suco de goiaba
– 175 mililitros de suco de melancia
– 120 mililitros de suco de limão
– 60 mililitros de suco de gengibre
– 3 pitadas de angostura (que também é conhecida como “bitter”)
– casca de laranja para enfeitar
– manjericão para enfeitar
Clericot: na versão sul-americana, quem comanda é o espumante
Como o nome indica, o clericot veio da França. Sua entrada na América do Sul foi pela Argentina e pelo Uruguai, onde é uma bebida bem comum no verão, especialmente em Punta del Este. Simon, como bom inglês, discorda desta teoria: os britânicos juram que o clericot foi inventado por ingleses que moravam na Índia, mais ou menos na mesma época em que foram apresentados ao ponche. Só voltando no tempo para saber a verdade…
Originalmente o clericot é feito com a mistura de conhaque, xerez, suco de limão, refrigerante e frutas como maçã e pêssego. Hoje em dia, as receitas mais comuns da nossa região colocam espumante no lugar do conhaque e do xerez, acrescentam várias outras frutas e ficam bem mais refrescantes.
Para prepará-lo, você pode usar tanto uma jarra quanto uma tigela.
Aprenda, neste vídeo, a fazer um típico clericot sul-americano, com maçã, abacaxi, morango, kiwi, laranja, licor e espumante: