Plano Free Free nasce para capacitar meninas e mulheres no Brasil
Idealizado por Vivi Duarte e Yasmine Sterea, a holding terá cursos gratuitos de empreendedorismo a relacionamento abusivo
“Nós por nós”. É assim que a jornalista e fundadora do Instituto Plano de Menina, Vivi Duarte, define a missão do Plano Free Free, holding de impacto social para meninas e mulheres no Brasil. O projeto nasceu da união da empreendedora com a diretora criativa Yasmine Sterea, CEO do Instituto Free Free. Em comum, as duas iniciativas têm o foco de transformar trajetórias femininas. Sendo assim, a fusão, nesta iniciativa, foi inevitável e, mesmo em plena pandemia, a plataforma chega com conteúdos de autoconhecimento (abordando temas como relacionamentos abusivos), potência criativa e habilidades técnicas para que meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social e emocional se tornem livres e sejam protagonistas de suas vidas.
O movimento que Vivi e Yasmine propõem no Plano Free Free é o mesmo que as levaram para os pontos estratégicos que se encontram atualmente. Cansada de abordagens que prometiam uma mudança na sua vida, a jornalista, que nasceu na periferia de São Paulo, precisava de ações práticas para mudar sua vida. “Na comunidade, sempre aparecia alguém de faculdade ou ONG internacional. A princípio, nos escutavam, mas logo em seguida estavam em locais importantes para debater o óbvio da nossa condição, enquanto seguíamos sem oportunidades. Essa estrutura faz com que meninas periféricas parem de sonhar”, comenta Vivi, que criou a instituição social Plano de Menina para não só preparar meninas por meio de mentorias de diversas áreas, mas também para inseri-las no mercado de trabalho.
Já Yasmine teve dois acontecimentos pessoais responsáveis pela criação do Instituto Free Free, que por meio de palestras, ações sociais e campanhas permite que mulheres conquistem liberdade física, saúde emocional e independência financeira. “Quando tinha 21 anos, perdi minha mãe por bipolaridade em uma época que não se falava em saúde emocional e mental. Sete anos depois, grávida da minha primeira filha, revisitei essas dores e pensei o que poderia fazer com meu trabalho para que nenhuma outra menina ou mulher sofresse com pressões do mito da mulher perfeita”, conta Yasmine, que desenvolveu uma metodologia multidisciplinar com técnicas de meditação, neurolinguística e psicodrama para superar seus traumas, servindo de base posteriormente para os conteúdos do seu Instituto.
Com a pandemia, o Plano Free Free precisou se adaptar para atender o seu público, que será dividido em dois grupos: jovens de 12 a 22 anos e adultas de 23 a 75+. Os encontros, nesse momento, acontecerão virtualmente. As interessadas devem se inscrever no site do projeto ou entrar em contato pelo Instagram. “Temos um plano grande para chegar em 20 mil mulheres no primeiro ano. Os cursos e capacitações, ministrados por especialistas, serão online e presenciais (depois da pandemia). Cada participante sairá com seu diploma”, explica Yasmine.
Outra frente da holding é a aceleração para ONGs idealizadas e produzidas para mulheres. “A aceleradora é uma capacitação para instituições que realizam projetos sociais, mas que não têm capacitação para participar de editais ou precisam de um novo posicionamento a fim de expandirem o trabalho”, aponta Vivi. Além disso, o Plano Free Free irá disponibilizar dados e pesquisas inéditas sobre as demandas sociais e comportamentais para empresas que queiram entender mais sobre inclusão social e igualdade de gênero.