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“Meu padrasto pedia para eu perder a virgindade com ele”

A leitora Izaura* teve uma infância muito instável, morando em oito casas entre os 6 e 13 anos. Ela foi abusada de diversas formas

Por Da Redação
5 set 2020, 09h00

“Quando minha mãe começou a sair com meu ex-padrasto, ele levava balas, doces e biscoitos para presentear eu e minha irmã. Eu tinha 4 anos e achava aquilo muito divertido. Um tempo depois, minha mãe foi morar com ele e logo engravidou.

No dia que minha mãe foi para o hospital ter bebê, tudo começou. Acordei em um quartinho que tinha nos fundos da casa, um lugar que não era usado. Ele estava em cima de mim esfregando o pênis na minha vagina. Eu perguntei para ele o que estava acontecendo e ele disse que eu tinha que ficar quietinha e não falar nada para minha mãe. Ele ainda disse que mataria nós duas com o punhal que estava ao lado dele. Chorei o tempo todo. Ele só parou quando gozou, aí pegou um papel e limpou minha vagina. Ele me mandou ir para minha cama. Depois, repetiu o ato. Eu tinha 6 anos.

Quando minha mãe voltou do hospital, não falei nada. Algum tempo depois, uma mulher pediu para minha mãe me deixar morar com ela. Eu chorei implorando para ela deixar. Na casa dessa mulher, o marido dela também começou a mexer comigo. Ele me pegava no colo e ficava se esfregando contra o meu corpo. Fiquei lá por um ano até minha mãe me buscar.

De volta à minha casa, o inferno era pior. O marido da minha mãe batia nela todos os dias. E ele logo voltou a me abusar. Fomos morar numa casa menor, e dormíamos todos no mesmo cômodo. Eu acordava à noite com ele passando a mão em mim quando voltava bêbado. Ficava tentando puxar nossas bermudas e enfiar o dedo no ânus da gente. Ele quebrava tudo e batia na minha mãe. Era um inferno. Quando minha mãe ia para a igreja, ele tirava minha calcinha e começava a se esfregar em mim.

Logo fui morar em outra casa de família. Dos 6 aos 13 anos, morei em oito endereços diferentes. Eu contava para as pessoas sobre o que acontecia na minha casa, mas ninguém fazia nada. Quando eu tinha 10 anos, fui morar com um tio e falei para ele o que tinha passado. Ele não acreditou. Na casa seguinte, a dona me espancava se eu não fizesse bem todo o serviço doméstico. Só que eu preferia apanhar do que voltar para a casa da minha mãe.

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Mas minha mãe descobriu que ela me agredia e foi me buscar. Na casa da minha mãe, novamente fui vítima do meu padrasto. Aos 12 anos, eu contei tudo para minha mãe, mas ela não acreditou em mim. Só que isso afetou muito a minha vida sexual. Aos 13, se ele me visse conversando com algum menino, batia na minha mãe para descontar. Ele me pedia para perder a virgindade com ele, porque ele tinha me criado e que ele tinha feito pouco, que queria tudo.

Dois anos se passaram e eu conheci uma pessoa e perdi a virgindade. Engravidei e saí de casa. Foi o melhor dia da minha vida. Meu casamento não durou e me separei três anos depois. Toda vez que eu fazia sexo, eu me lembrava do meu padrasto. Hoje eu me sinto melhor, tenho 38 anos e já lidei bem com a história.”

A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas carregam. Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.

*Nome trocado a pedido da personagem

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